Mundo

Reino Unido protestará contra Equador por asilo a Assange

O Foreign Office britânico lamentou que, como resultado da proteção do Equador, "algumas das graves acusações sexuais contra ele tenham expirado"


	O fundador do WikiLeaks, Julian Assange: "O Equador deve reconhecer que sua decisão de dar asilo a Assange há mais de três anos impediu que a justiça seguisse seu curso", afirmou Hugo Swire, secretário de Estado das Relações Exteriores
 (Geoff Caddick/AFP)

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange: "O Equador deve reconhecer que sua decisão de dar asilo a Assange há mais de três anos impediu que a justiça seguisse seu curso", afirmou Hugo Swire, secretário de Estado das Relações Exteriores (Geoff Caddick/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 12h56.

Londres - O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido anunciou que o embaixador do país no Equador apresentará nesta quinta-feira um protesto formal contra o país por dar asilo em sua delegação londrina ao fundador do Wikileaks, Julian Assange.

"O Equador deve reconhecer que sua decisão de dar asilo a Assange há mais de três anos impediu que a justiça seguisse seu curso", afirmou Hugo Swire, secretário de Estado das Relações Exteriores.

A promotoria sueca encerrou uma parte das acusações contra Assange, refugiado na embaixada do Equador desde junho de 2012, por terem prescrito as acusações de assédio sexual, que teria cometido em 2010.

O Foreign Office britânico lamentou que, como resultado da proteção do Equador, "algumas das graves acusações sexuais contra ele tenham expirado".

"É completamente inaceitável que o contribuinte britânico tenha tido que pagar a fatura por este abuso das relações diplomáticas", acrescentou o comunicado.

A polícia britânica revelou em junho que a vigilância da embaixada do Equador em Knightsbridge, um sofisticado bairro da capital britânica, custou desde 2012 aos cofres públicos do Reino Unido 11,1 milhões de libras (cerca de R$ 60 milhões).

A promotoria sueca fechou hoje as acusações menores contra Assange, por abuso sexual e coerção ilegal, enquanto a mais grave, de estupro "em grau menor", só prescreve em 17 de agosto de 2020.

A Suécia não apresentou acusações formais contra Assange porque sua legislação determina que o suspeito deve ser interrogado antes.

"Quero deixar claro que como uma acusação por estupro se mantém pendente, o Reino Unido tem a obrigação legal de extraditar Assange à Suécia", reforçou hoje o secretário britânico de Estado.

"Dei instruções a nosso embaixador em Quito para reiterar ao Equador que a contínua recusa em acelerar o interrogatório da promotoria sueca, e levar assim esta situação deste modo, é vista como uma mancha crescente na reputação de seu país", acrescentou Swire.

O representante da diplomacia britânica ressaltou ainda que repetirá esse mesma mensagem ao embaixador do Equador em Londres. EFE

gx/cd

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEquadorEuropaJulian AssangePaíses ricosPersonalidadesReino UnidoWikiLeaks

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA