(Simon Dawson/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 14h08.
O secretário da saúde do Reino Unido, Sajid Javid, declarou nesta quinta-feira para o canal televisivo europeu Sky News que, até o final do mês, o Reino Unido pode ter cerca de um milhão de casos da variante Ômicron. A declaração aconteceu um dia apóso primeiro-ministro britânico, Boris Johson, anunciar um "plano B" para travar a propagação da variante.
Segundo o Javid, estima-se que o tempo de duplicação de casos devido à Ômicron seja entre dois dias e meio a três dias. Devido a esta previsão, o secretário destacou a importância do plano B, anunciado pelo premiê britânico para evitar uma maior disseminação da variante sul-africana e que haja sobrecarga nos serviços de saúde.
— Espalha-se mais rápido do que qualquer outra variante do vírus da Covid-19 que vimos até agora. O que significaria que a este ritmo, no final deste mês, poderíamos atingir cerca de um milhão de infectados na comunidade em todo o Reino Unido — explicou o secretário em declarações à Sky News.
O ministro lembrou que o governo sempre disse que se os dados mudarem e forem na direção errada, o serviço nacional de saúde britânico pode ficar sobre uma pressão insustentável, o que teria implicações na prestação de cuidados de saúde, não apenas para doentes com Covid-19.
— É muito difícil pedir, para muitas pessoas, que trabalhem em casa ou usem máscaras. É um impacto real nas nossas liberdades — admitiu Javid.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico anunciou o "plano B" para tentar controlar o avanço da variante Ômicron, introduzindo a recomendação para o trabalho remoto e o uso de passes sanitários em boates e grandes eventos.
Na coletiva de imprensa, Johnson afirmou que seria proporcional e responsável passar para o plano B. Isso devido ao avanço da nova variante do vírus SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19, cujos dados mostram que o número de casos duplica a cada dois a três dias.
As medidas aplicam-se somente à Inglaterra, enquanto as regras na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que têm sido mais rígidas, são da responsabilidade dos respectivos governos autônomos.
Desde a última terça-feira, o Reino Unido passou a exigir de todos os viajantes um teste de Covid-19, realizado dentro de 48 horas antes do voo, independentemente do número de doses da vacina do passageiro. A medida ocorre após a confirmação dos primeiros casos de infectados com a variante ômicron na Europa.
A decisão gerou uma reação negativa, principalmente dascompanhias aéreas, um dos agentes econômicos que mais sofreram com as restrições adotadas para combater a pandemia. A medida seria temporária e constantemente revisada conforme o desempenho do novo surto de Ômicron.
— Com os dados mais recentes, tomamos mais medidas para desacelerar a incursão da variante ômicron — escreveu Javid, em suas redes sociais.
O secretário também informou que o governo britânico incluiu a Nigéria na "lista vermelha", o que significa que só poderão entrar no Reino Unido e na Irlanda pessoas vindas do país que sejam residentes, mas desde que fiquem isoladas em instalações designadas pelo governo.