Trump: O acordo foi firmado em 2015 entre Teerã com China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha (REUTERS/Jonathan Ernst/Reuters)
AFP
Publicado em 7 de maio de 2018 às 08h34.
Última atualização em 7 de maio de 2018 às 08h37.
O Reino Unido pediu a Donald Trump que não renuncie ao acordo nuclear iraniano, a alguns dias de o presidente americano anunciar sua decisão sobre o tema, destacando que o acordo não é perfeito, mas que não existe alternativa melhor.
Em um artigo de opinião publicado nesta segunda-feira pelo jornal "The New York Times" antes do encontro com autoridades americanas, o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, estima que, "neste momento delicado, seria um erro se afastar do acordo nuclear e suspender as restrições, às quais o Irã está submetido".
Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) receberam poderes adicionais para controlar as instalações nucleares iranianas, "aumentando a possibilidade de detecção de qualquer tentativa de fabricar uma arma", argumentou Johnson.
"Agora que essas amarras estão colocadas, não considero necessário colocá-las de lado. Apenas o Irã se beneficiaria, renunciando a essas restrições sobre seu programa nuclear", escreve.
"Acho que preservar as restrições do acordo sobre o programa nuclear iraniano também permitirá compensar a atitude agressiva de Teerã na região. Estou convencido disso: qualquer alternativa possível é pior. A melhor linha a seguir seria melhorar as amarras antes de rompê-las", defendeu.
O acordo nuclear iraniano foi firmado em julho de 2015 entre Teerã, por um lado, e China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha, por outro.
Nesse texto, a República Islâmica declara que não busca se dotar de armas atômicas e aceita restringir seu programa nuclear para dar ao mundo a garantia de que suas atividades no setor não têm ambições militares.
Em troca, Teerã obteve o fim progressivo das sanções internacionais impostas por seu programa.
Trump denunciou o acordo e deu até 12 de maio aos países europeus para endurecer o texto. Se não fizerem isso, os EUA deixarão o pacto.