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Reino Unido nega apoiar protestos violentos em Hong Kong

A mídia estatal chinesa culpou Reino Unido, Estados Unidos e outros governos ocidentais por oferecerem socorro aos manifestantes

Hong Kong: Manifestantes protestam contra um projeto de lei que permite que ativistas sejam extraditados e processados em tribunais da China continental, que são controlados pelo Partido Comunista (Thomas Peter/Reuters)

Hong Kong: Manifestantes protestam contra um projeto de lei que permite que ativistas sejam extraditados e processados em tribunais da China continental, que são controlados pelo Partido Comunista (Thomas Peter/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de julho de 2019 às 11h33.

Londres / Pequim — O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, disse nesta quinta-feira que não apoiou protestos violentos em Hong Kong, depois que a mídia estatal da China culpou "ideólogos ocidentais" por fomentarem o tumulto na ex-colônia britânica.

Na segunda-feira, centenas de manifestantes invadiram o prédio do Legislativo de Hong Kong após uma manifestação que lembrou o aniversário da devolução ao controle chinês em 1997 sob a fórmula "um país, dois sistemas", que permite liberdades inexistentes na China continental, como o direito de protestar.

A reação ocorreu após semanas de protestos contra um projeto de lei agora suspenso que, segundo oponentes, minaria o tão valorizado Estado de Direito de Hong Kong e daria a Pequim o poder de processar ativistas em tribunais da China continental, que são controlados pelo Partido Comunista.

A China intensificou uma guerra de palavras com o Reino Unido a respeito de Hong Kong, especialmente depois de Hunt alertar para as consequências de a China negligenciar os compromissos que assumiu quando recebeu Hong Kong de volta, de permitir seu estilo de vida durante ao menos 50 anos.

A mídia estatal, em particular, culpou Reino Unido, Estados Unidos e outros governos ocidentais por oferecerem socorro aos manifestantes.

"Ideólogos de governos ocidentais nunca cessam seus esforços de engendrar tumulto contra governos que não são de seu agrado, embora suas ações tenham causado sofrimento e caos em país após país na América Latina, África, Oriente Médio e Ásia", disse o diário estatal China Daily em um editorial. "Agora estão tentando o mesmo truque na China", afirmou o jornal em inglês.

Falando à rádio BBC, Hunt reiterou seu repúdio à violência. "Permitam-me esclarecer o que eu disse. Disse que repudiei, e nós como Reino Unido repudiamos, toda a violência e que as pessoas que apoiam os manifestantes pró-democracia teriam ficado muito desalentadas com as cenas que vimos", disse Hunt, que almeja se tornar o próximo primeiro-ministro britânico.

A China disse que o Reino Unido não tem mais responsabilidade por Hong Kong. Londres diz que ainda considera válida a Declaração Sino-Britânica Conjunta de 1984 no tocante aos termos da devolução de Hong Kong, que garante suas liberdades. "Não acho que seja uma grande surpresa que a China reagiria desta maneira, mas eles precisam entender que o Reino Unido é um país que honra suas obrigações internacionais", disse Hunt.

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