Deputados britânicos votam, a partir de terça-feira (12), se concluem, ou adiam, a saída do Reino Unido da União Europeia (Toby Melville/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de março de 2019 às 12h11.
Última atualização em 11 de março de 2019 às 10h32.
Os deputados britânicos votam, a partir de terça-feira (12), se concluem, ou adiam, a saída do Reino Unido da União Europeia, prevista para 29 de março, quase três anos depois do referendo de 2016 sobre o Brexit.
Por enquanto, as negociações técnicas e políticas prosseguem em Bruxelas, onde os representantes britânicos querem obter de seus homólogos europeus modificações do acordo de retirada firmado com a União Europeia (UE) em novembro.
Este texto foi rejeitado em massa pelo Parlamento britânico em 15 de janeiro. Desde então, a primeira-ministra britânica, Theresa May, trava uma batalha em duas frentes. Por um lado, ela tenta obter mais concessões da UE e, por outro, tenta convencer os parlamentares de seu país a mudarem de opinião.
Nesta corrida contra o relógio, a premiê britânica enfrenta a recusa dos europeus de reabrirem as negociações. Ainda assim, May pode voltar esta segunda-feira a Bruxelas para tentar obter alguma última concessão.
De qualquer maneira, Theresa May voltará na terça à Câmara dos Comuns para submeter o acordo de retirada, mais uma vez, aos deputados.
Se for adotado, o Reino Unido terá um Brexit ordenado, 46 anos depois de ter-se somado ao que então era a Comunidade Econômica Europeia. Se for rejeitado, deverá perguntar aos deputados, no dia seguinte, se querem sair da UE sem acordo. Este cenário de ruptura brutal preocupa muitos parlamentares e meios empresariais, devido às consequências econômicas potencialmente caóticas.
Se os deputados se opuserem a uma ruptura brutal, votarão na quinta-feira uma proposta de adiamento "limitado" do Brexit, para além de 29 de março. Os dirigentes europeus advertiram que, para ser aceito, este adiamento deve estar claramente justificado.
Há, porém, alternativas para este plano de May.
Se os deputados rejeitarem um Brexit sem acordo, uma nova votação sobre o acordo poderá ser organizada imediatamente depois. Isso permitiria aos parlamentares - e, especialmente, aos ferrenhos partidários do Brexit - uma nova oportunidade para apoiar o acordo, em vez de se arriscar a um adiamento da data de retirada da UE. Este cenário mergulharia o país na incerteza.
No sábado (9), o ministro das Finanças, Philip Hammond, pediu aos deputados britânicos que apoiem o acordo em qualquer situação. Isso foi interpretado como um sinal de que Londres não espera que a UE vá fazer mais concessões.
Principal legenda da oposição, o Partido Trabalhista já manifestou sua intenção de rejeitar o texto.
"Somos contra o acordo", declarou ontem a deputada Emily Thornberry, ao "Times".
"Se for adotado, então será necessário que seja submetido ao voto dos britânicos" em um novo referendo.
Nesse contexto, Theresa May advertiu os deputados sobre a incerteza que a rejeição ao acordo pode gerar.
"Apoiem o acordo, e o Reino Unido sairá da União Europeia. Rejeitem-no, e ninguém sabe o que acontecerá", afirmou ela, na sexta-feira.