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Reino Unido estende restrição para sair do país (e multa é de R$ 38 mil)

O governo britânico decidiu seguir impedindo pessoas de viajar para o exterior, sob multa de 5.000 libras. Só será permitido deixar o país por um motivo "razoável", como trabalho

Passageiros em aeroporto no Reino Unido: mais de 70% dos britânicos pretende viajar no verão (Gareth Fuller/Getty Images)

Passageiros em aeroporto no Reino Unido: mais de 70% dos britânicos pretende viajar no verão (Gareth Fuller/Getty Images)

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Carolina Riveira

Publicado em 23 de março de 2021 às 11h22.

Última atualização em 23 de março de 2021 às 11h26.

Para evitar a entrada de novas cepas do coronavírus no país, o Reino Unido decidiu seguir proibindo viagens internacionais nos próximos meses. O governo publicou ontem o decreto que estende a proibição de saída de pessoas do país até julho, com exceção dos que tiverem "justificativa razoável", como viagem a trabalho urgente.

O texto pode ser votado no Parlamento nesta quinta-feira, 23. A proibição, pelo texto, fica válida até 30 de junho. Quem descumprir as regras e for ao aeroporto mesmo assim pode levar multa de 5.000 libras (cerca de 38.000 reais na moeda brasileira).

O objetivo é evitar viagens de férias dos turistas em meio ao começo da primavera europeia neste mês de março e do verão a partir de junho, quando as temperaturas ficam mais amenas e as viagens, mais frequentes.

Até agora, o plano britânico era retomar as viagens internacionais em 17 de maio, à medida em que a vacinação avança no país e o número de casos e mortes tem diminuído.

O governo disse que essa previsão não mudou. Embora o prazo no decreto vá até julho, a proibição de viagens pode ser revogada antes caso o contágio por coronavírus diminua no país e no resto da Europa. Segundo o governo, a data no texto enviado ao Parlamento foi motivado por "conveniência legislativa", de modo que, se necessário, o governo não precisaria enviar novo projeto.

O Reino Unido está em processo de reabertura após um lockdown rigoroso implementado devido à cepa B117, encontrada no país no fim do ano e que fez o número de casos explodir. Pelo plano de reabertura britânico, quase todas as restrições de circulação e abertura de estabelecimentos estariam encerradas em 21 de junho.

O governo ainda não mudou oficialmente esta data. Mas os ministros britânicos tem ficado cada vez mais pessimistas sobre a possibilidade de as viagens internacionais recomeçarem. No fim de semana, o premiê Boris Johnson disse ser inevitável que a terceira onda do coronavírus chegue ao país.

Após queda nos últimos meses, o número de casos de covid-19 voltou a subir na Europa. Uma preocupação é a disseminação descontrolada de novas cepas, como as encontradas na África do Sul e no Brasil (a P1) - o que fez as autoridades britânicas saírem em busca frenética por um viajante brasileiro que estaria espalhando a P1 neste mês.

A companhia aérea britânica Tui disse em nota que "acreditamos que férias neste verão serão possíveis, levando em conta nosso ótimo programa de vacinação e o uso de testes quando necessário".

O programa de vacinação britânico é a grande esperança para que a volta à normalidade em junho seja cumprida. O Reino Unido vacinou 42% da população com a primeira dose (e 3% com a segunda), muito à frente da União Europeia, que vacinou 9% com a primeira dose.

Mas a mera menção ao prolongamento da proibição de viagens, e à nova multa envolvida, tem sido criticada por parte da população do país. Pesquisas mostram que mais de 70% dos britânicos estava planejando alguma viagem de férias (embora não necessariamente fora do país).

O jornal Telegraph chamou a medida de "draconiana" e disse que é a primeira vez na história que os britânicos não podem viajar sob pena de multa. Os críticos têm dito também que muitos usaram falsos pretextos para viajar, afirmando que é uma viagem de urgência.

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