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Reino Unido deve abrir mão da Huawei para seu 5G; China reage

Embaixador chinês no Reino Unido disse que o país terá de suportar as consequências se não permitir que a Huawei se envolva nas redes de telecomunicações

Boris Johnson deve anunciar a retirada dos equipamentos da Huawei da rede 5G britânica, diz FT (WPA Pool / Base de fotógrafos/Getty Images)

Boris Johnson deve anunciar a retirada dos equipamentos da Huawei da rede 5G britânica, diz FT (WPA Pool / Base de fotógrafos/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 6 de julho de 2020 às 09h36.

Última atualização em 6 de julho de 2020 às 09h37.

O primeiro-ministro Boris Johnson deve anunciar este mês sua decisão de retirar progressivamente os equipamentos do fabricante chinês Huawei da rede 5G britânica - informa o jornal "Financial Times" nesta segunda-feira (6), citando fontes do governo.

Já o ministro Oliver Dowden, responsável pelo setor Digital, Cultura, Mídia e Esportes, reafirmou hoje, em entrevista à Sky News, que o Executivo busca "diversificar seus equipamentos para reduzir a participação de fornecedores de alto risco, dos quais a Huawei é o principal".

Segundo o FT, Johnson tem a intenção de excluir a Huawei, principalmente, porque as sanções americanas anunciadas em maio colocariam - conforme um relatório britânico de Segurança Nacional - dúvidas "muito, muito graves" sobre a capacidade de a Huawei continuar fornecendo material para a rede britânica 5G.

Dowden confirmou ter recebido um informe do Centro Nacional de Cibersegurança sobre o impacto das sanções dos Estados Unidos na Huawei e afirmou que podem impor "obstáculos".

Estas sanções estão desenhadas, entre outros pontos, para impedir o acesso da Huawei aos semicondutores feitos com componentes americanos.

Nesse contexto, o governo britânico se preocupa com que os chineses recorram a equipamentos de substituição que possam oferecer novos riscos de segurança, completa o jornal.

O governo de Donald Trump acusa a Huawei de espionar para Pequim e está pressionando, no mundo todo, para que seja excluído das redes de Internet móvel de última geração.

A Huawei sempre negou as acusações de espionagem e diz que se trata, na verdade, de uma guerra comercial.

Em janeiro passado, Londres havia dado sinal verde para a participação da Huawei em infraestruturas não estratégicas de sua rede 5G, limitando sua participação a 35%.

Em maio, porém, a imprensa britânica informou que Johnson estava reexaminando os vínculos do governo chinês com a Huawei e considerava a possibilidade de excluir o grupo de seu 5G até 2023.

China fala em consequências

O Reino Unido terá de suportar as consequências se considerar a China um país hostil ao decidir se deve permitir que a Huawei se envolva nas redes de telecomunicações britânicas, disse o embaixador chinês no Reino Unido nesta segunda-feira.

"Queremos ser seu amigo. Queremos ser seu parceiro. Mas se você quer tornar a China um país hostil, terá de suportar as consequências", disse Liu Xiaoming a repórteres.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse na semana passada que tomaria uma decisão cuidadosa sobre a Huawei porque o governo não queria que nenhuma infraestrutura crítica fosse controlada por "fornecedores estatais potencialmente hostis".

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