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Reino Unido deixa de exigir quarentena para viajantes de 50 países

A medida vale para França, Itália e Espanha e outros importantes destinos que recebem muitos visitantes britânicos e é vista como um alívio para o turismo

PEDESTRE NO RIO THAMES EM JULHO: nem Brasil nem EUA entraram na lista dos que não vão precisar de quarentena no Reino Unido  (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images)

PEDESTRE NO RIO THAMES EM JULHO: nem Brasil nem EUA entraram na lista dos que não vão precisar de quarentena no Reino Unido (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images)

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Filipe Serrano

Publicado em 10 de julho de 2020 às 07h03.

A partir desta sexta-feira, 10, o Reino Unido deixa de exigir que passageiros vindos de cerca de 50 países fiquem em quarentena de 14 dias. A medida foi tomada na semana passada pelo Departamento de Transporte do Reino Unido, levando em conta a queda no risco de contágio e do número de novos casos da covid-19 nesses países.

Estão na lista países europeus como Alemanha, França, Itália, Espanha e Suíça, além de Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e Nova Zelândia. Países e territórios no Caribe também foram liberados das medidas de restrição. Entretanto, nem o Brasil nem os Estados Unidos – onde o número de novos casos segue alto – entraram no grupo.

A decisão do Reino Unido vem em boa hora para o setor de turismo na Europa. Com a queda no número de casos no continente, é esperado que as pessoas voltem gradualmente a viajar na região para aproveitar a época mais quente do ano. Sem a necessidade de fazer quarentena no retorno para casa, é possível que os viajantes do Reino Unido se sintam mais livres para viajar no verão do Hemisfério Norte.

Os turistas de nacionalidade britânica costumam lotar as praias e cidades do sul da Europa nessa época do ano e de destinos turísticos em outras partes do mundo. A Espanha é o país que mais recebeu visitantes do Reino Unido no ano passado, com mais 18,1 milhões viajantes. O país é seguido da França (10,3 milhões), da Itália (5,1 milhões), dos Estados Unidos (4,8 milhões) e da Irlanda (4,7 milhões).

Outra nação que deve se beneficiar da liberação é a Grécia, onde a indústria do turismo representa 20% do Produto Interno Bruto. O país também foi outro importante destino de turistas britânicos no ano passado, tendo recebido 3,4 milhões de pessoas.

Portugal, que ficou de fora da lista de países, espera reverter a situação. Nesta semana, o primeiro-ministro português, Antonio Costa, disse que o governo estava em contato com representantes do Reino Unido para que o país também ficasse isento das restrições. O turismo representa 16% da economia portuguesa.

As empresas do setor do turismo foram uma das mais afetadas durante a pandemia. Na Europa, o número de passageiros internacionais chegou a cair 98% em abril em relação ao ano passado. De acordo com a consultoria ForwardKeys, a compra de passagens aéreas começou a se recuperar em junho, mas continua 80% abaixo do nível de 2019. Uma projeção da European Travel Commission para 2020 indica que o faturamento do setor de turismo na Europa deve ficar 54% abaixo do que no ano anterior. A associação internacional World Travel & Tourism Council prevê que entre 99 milhões e 197 milhões de empregos devem ser perdidos no mundo no setor de turismo por causa da pandemia.

É um cenário catastrófico. Mas todos esperam a demanda de turistas comece a se recuperar agora com a retração no número de casos do novo coronavírus e o relaxamento das restrições às viagens na Europa.

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