Mulher celebra resultados preliminares de referendo sobre união da Crimeia à Rússia (REUTERS/David Mdzinarishvili)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2014 às 17h27.
Londres - O Reino Unido rejeitou o referendo de adesão à Rússia realizado neste domingo na Crimeia e o considerou uma 'zombaria' à democracia, afirmou o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague.
Em declarações aos meios de comunicação britânicos em Bruxelas, onde se reunirá amanhã com colegas da União Europeia (UE), Hague reiterou que a Rússia deve enfrentar 'consequências econômicas e políticas' pela violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia.
A expectativa é que os ministros das Relações Exteriores da UE estudem sanções contra a Rússia, como o congelamento de ativos e a proibição de viagens de funcionários russos, depois que Moscou ignorou os pedidos do Ocidente para que não apoiasse o referendo.
'O referendo aconteceu com dez dias de aviso, sem uma campanha adequada ou um debate público e na presença de milhares de tropas de um país estrangeiro. É uma zombaria ao correto exercício democrático', afirmou o chefe da diplomacia britânica.
'O Reino Unido não reconhece o referendo ou seu resultado, da mesma forma que a maioria na comunidade internacional', acrescentou.
Hague ressaltou que qualquer tentativa da Rússia de utilizar o referendo como desculpa para anexar a Crimeia, ou tomar mais medidas no território ucraniano, 'seria inaceitável'.
'Peço à Rússia que entre em diálogo com a Ucrânia e com a comunidade internacional para resolver esta crise através da democracia e em virtude do direito internacional' e evite piorar a situação com medidas 'unilaterais e provocadoras', salientou.
Segundo pesquisas de boca de urna, 93% dos eleitores na Crimeia votaram neste domingo no referendo em favor da anexação à Rússia.
Por isso, o Parlamento da Crimeia pedirá nesta segunda-feira em uma sessão extraordinária ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, a incorporação à Federação Russa, segundo anunciou o primeiro-ministro crimeano, Sergei Axionov. EFE