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Reino Unido atinge marca histórica e fica meses sem usar carvão mineral

Pela primeira vez em mais de um século, o Reino Unido completou mais de dois meses sem usar energia gerada por carvão

Reino Unido: a última mina de carvão mineral foi fechada em 2015 (Rupak De Chowdhuri/Reuters)

Reino Unido: a última mina de carvão mineral foi fechada em 2015 (Rupak De Chowdhuri/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 10 de junho de 2020 às 06h59.

Última atualização em 10 de junho de 2020 às 06h59.

O Reino Unido chega a uma marca histórica nesta quarta-feira (10). O país completou dois meses sem usar energia elétrica gerada por carvão mineral. É a primeira vez em um século que isso acontece no país que abriga a primeira usina a carvão do planeta, inaugurada em 1880. De acordo com a operadora National Grid, o Reino Unido completará 1.464 horas desde que o último gerador movido a carvão mineral deixou de ser usado no sistema elétrico.

O carvão é uma fonte de energia que ajudou a alavancar a Revolução Industrial e contribuiu para o desenvolvimento econômico do planeta. No Reino Unido, as minas que extraem esse mineral já empregaram mais de um milhão de pessoas. À medida em que o mundo passou a dar prioridade para energias renováveis, menos poluentes, o carvão perdeu espaço e ficou impopular.

Os esforços são históricos, mas são também o resultado de várias medidas implementadas com o objetivo de reduzir a dependência dessa fonte de energia. A última mina de carvão mineral foi fechada em 2015 e o Reino Unido agora tem uma agressiva meta para cumprir: eliminar a geração de energia por carvão completamente até 2025 e zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.

A transição energética foi acelerada pelo coronavírus. Segundo especialistas, a crise gerada pela pandemia mostrou que a aposta em energia renovável é um caminho sem volta. “A covid-19 vai cortar as emissões de carvão de uma maneira que a indústria jamais irá se recuperar, mesmo que continue a tentar avançar em países em desenvolvimento”, disse Rob Jackson, do instituto Global Carbon Project, em entrevista ao jornal The Guardian.

Os Estados Unidos são outro país onde o carvão está em declínio. Segundo dados da Administração de Informação de Energia, pela primeira vez os Estados Unidos produziram mais energia a partir de fontes renováveis do que por meio do carvão mineral. Além disso, há mais desemprego hoje nas usinas de carvão que em 60 anos.

O planeta agradece, é claro, mas há quem tente reverter esse movimento. Com o objetivo de manter os empregos e as usinas de carvão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta resgatar o que sobrou dessa indústria para obter votos e garantir a sua reeleição. Até agora, no entanto, o plano não vem dando certo. Só neste ano concessionárias de energia anunciaram que irão fechar as portas de ao menos 13 usinas de carvão no país. É mais um empecilho para a campanha eleitoral do presidente.

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