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Reino Unido apresenta plano de cortes para reduzir déficit

Contenção de gastos atingiu principalmente a área de informática do governo, além de viagens de funcionários públicos e pagamento de assessores

O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne (.)

O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne (.)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2010 às 11h48.

Londres - O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, apresentou hoje o plano de cortes dos gastos públicos do novo Governo para reduzir em 6,25 bilhões de libras (7,12 bilhões de euros) o avultado déficit do país.

Os cortes afetaram especialmente a área de informática do Governo, assim como os gastos relativos a viagens de funcionários públicos, auxílio financeiro aos recém-nascidos e aos assessores externos financiados pela Administração pública, assim como aos ministérios de Educação, Transporte e Trabalho e Previdência.

Junto ao titular do Tesouro, o liberal-democrata David Laws, o secretário de Economia detalhou as áreas que serão afetadas pelas medidas, que considerou essenciais para assegurar a recuperação econômica, proteger empregos e manter baixas as taxas de juros.

Este é o primeiro passo do novo Governo de coalizão entre conservadores e liberais-democratas destinado a diminuir o déficit público - estimado em 156 bilhões de libras (177,84 bilhões de euros) - nos próximos cinco anos.

A partir de janeiro do ano que vem, será suprimida a abertura de uma conta bancária para os recém-nascidos com uma contribuição inicial do Governo de 250 libras (285 euros), uma das medidas mais populares do Governo anterior trabalhista.

A essa conta, à qual se pode acessar ao completar 18 anos de idade, era voltada a fomentar a economia. Parentes e amigos podiam fazer contribuições a essa conta.

Segundo Osborne, deixar de pagar aos recém-nascidos permitirá ao Governo economizar de imediato 520 milhões de libras (592 milhões de euros).

"Os anos de abundância do setor público terminaram, mas se agirmos de maneira decisiva, poderemos superar esses difíceis anos com maior rapidez", explicou Laws. Segundo ele, o Governo prometeu cortar os gastos com cuidado e, por isso, "será um Governo progressista, inclusive em momentos duros".


Osborne ressaltou que áreas como Defesa e Cooperação Internacional não serão afetadas por essas decisões, que qualificou de "urgentes" e "necessárias" para enfrentar as dívidas do Reino Unido.

O plano foi elaborado após receber a assessoria do Banco da Inglaterra e do Departamento do Tesouro. Segundo o Governo, a proposta responde a uma mudança importante que está sendo tomada em todas as partes do mundo para reduzir o endividamento.

"Em uma semana, estudou-se e determinou-se cortar 6,25 bilhões de libras de gastos desnecessários em todo o setor público", disse Osborne ao divulgar seu plano em entrevista coletiva no pátio do Departamento do Tesouro.

Em matéria de educação, o ministro disse que o que se puder economizar será reinvestido em medidas educacionais.

Entre os principais cortes anunciados hoje figuram: 683 milhões de libras (778 milhões de euros) no Ministério de Transporte e 780 milhões de libras (889 milhões de euros) em Governo Local e de Comunidades.

Outros cortes são: 836 milhões de libras (953 milhões de euros) no Ministério de Negócios, 670 milhões de libras (763 milhões de euros) em Educação e 325 milhões de libras (370 milhões de euros) no Ministério da Justiça.

"Nossa enorme dívida pública ameaça a estabilidade financeira e, se não for controlada, pode prejudicar a recuperação econômica", afirmou o titular de Economia.

Durante a recente campanha eleitoral britânica, os conservadores e os liberais-democratas não entravam de acordo sobre a necessidade de fazer cortes ainda neste ano, mas as diferenças foram superadas no acordo de coalizão e os dois partidos aceitaram levar adiante a diminuição do déficit.


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