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Reino Unido: à sombra do Brexit

Hoje é mais um dia de analisar o peso da decisão de deixar a União Europeia, o Brexit, no dia-a-dia dos britânicos. O Escritório Nacional de Estatística começa hoje uma série de divulgações oficiais que vão dizer se o país está à beira de uma recessão econômica depois do referendo. O primeiro dado é a inflação de julho. […]

THERESA MAY:  Reino Unido não tem um plano de saída definido para deixar a União Europeia (Franco Origlia/Getty Images)

THERESA MAY: Reino Unido não tem um plano de saída definido para deixar a União Europeia (Franco Origlia/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2016 às 06h27.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.

Hoje é mais um dia de analisar o peso da decisão de deixar a União Europeia, o Brexit, no dia-a-dia dos britânicos. O Escritório Nacional de Estatística começa hoje uma série de divulgações oficiais que vão dizer se o país está à beira de uma recessão econômica depois do referendo.

O primeiro dado é a inflação de julho. A expectativa é de que a taxa se mantenha em 0,5%, apesar da queda da libra esterlina ter aumentado o preço de produtos importados no Reino Unido. O país é o quinto maior importador do planeta, tendo comprado cerca de 663 bilhões de dólares em produtos estrangeiros só em 2014. Aumento nos produtos importados, que vão desde carros a alimentos, impacta diretamente a vida dos cidadãos. A taxa de desemprego, que também será divulgada hoje, deve se manter em 5% em julho. Nada para comemorar aqui: o índice de desemprego normalmente demora a subir em períodos de crise.

O pessimismo é mais alarmista em outras análises. No começo de agosto, o Banco da Inglaterra reduziu sua expectativa de crescimento do PIB de 2,3% para 0,8%, o maior corte desde 1993. A taxa de atividade nos negócios também teve a maior queda desde 1996, caindo quase 5 pontos em um único mês.

Quando os britânicos votaram a favor do Brexit, não imaginavam quedas tão imediatas e, paradoxalmente, não esperavam que a saída fosse se arrastar tanto. Analistas já afirmam que o desembarque só virá no fim de 2019. O governo criou dois novos ministérios para lidar com a questão — um para a saída e um para o comércio exterior—, mas ainda não parece inclinado a resolver a questão tão cedo. Líderes da União Europeia, como Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, questionam por que a demora em acionar o Artigo 50, que tiraria o Reino Unido do bloco. A primeira ministra Theresa May já disse que não dará início ao processo este ano. Nesse ínterim, o Brexit e a incerteza devem continuar pairando sobre os dados econômicos.

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