Ambulância é vista em Lima, no Peru (Ernesto Benavides/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2015 às 23h47.
Lima - Quarenta e nove casos de antraz cutâneo foram registrados até o momento em pessoas que manipularam carne de vaca infectada na região de Piura, norte do Peru - informou nesta terça-feira o ministério da Saúde peruano (Minsa).
O antraz cutâneo ou carbúnculo cutâneo é diferente do mortal antraz causado por inalação de esporos (pó branco) e que pode ser manipulado de forma biológica.
"Até o momento temos registrados 49 casos de antraz cutâneo, os pacientes apresentam úlceras na pele porque este surto aumentou rapidamente", disse à AFP o diretor regional de saúde de Piura, Jesús Juárez, que descartou casos graves.
A quantidade de pacientes preocupa as autoridades porque, segundo estatísticas da Direção Geral de Epidemiologia de Piura, o pior surto nesta região foi registrado em 2004, na cidade de Sullana, com 11 casos.
O médico assegurou que a maioria dos pacientes entrou em contado com o gado infectado. Por isto, todos eles apresentam antraz cutâneo.
Os casos foram registrados desde 2 de setembro na localidade de La Enantada na província de Morropón da região Piura (cerca de 1.000 km ao norte de Lima).
O epidemiólogo Edward Pozo informou à imprensa que o serviço nacional de Saúde Agrária (Senasa) identificou seis animais doentes que foram sacrificados em matadouros clandestinos, mas só foram recuperados dois cadáveres.
"Os demais parecem ter sido comercializados. Nosso trabalho é localizar até onde chegou esta carne para que não seja consumida pela população", afirmou Pozo.
O especialista explicou que este tipo de antraz é causado por uma bactéria e seus sintomas são aparição de lesões na pele, febre e mal-estar. Ele esclareceu que não existe um contágio de pessoa para pessoa, mas somente através do contato com fluidos dos animais.