EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2012 às 07h43.
Cairo - As tropas do regime sírio bombardearam nesta sexta-feira vários bairros de Damasco e localidades da periferia da cidade, além de enfrentar os insurgentes na província de Deir ez-Zor, enquanto a oposição trata de reunir suas fileiras em Doha.
Os aviões de combate do regime atacaram a zona de Guta al Sharquiya, perto da capital, de onde sobem grandes colunas de fumaça, segundo um comunicado dos Comitês de Coordenação Local (CCL), grupo de resistência.
Os bombardeios dos tanques atingiram, por sua vez, os distritos de Kafer Susa, Daraya e Naher Aisha, que são sobrevoados por helicópteros militares.
Os CCL informaram também que foi registrada uma explosão na capital e que na população de Darwasha, nos arredores de Damasco, ocorrem duros enfrentamentos entre as tropas governamentais e os rebeldes.
Os confrontos entre os dois lados recrudesceram, além disso, em Deir ez-Zor, nas proximidades de uma sede da Segurança militar.
Sobre os choques, a rede Sham relatou que os combatentes do Exército Livre Sírio (ELS) estão indo para o aeroporto de Al Himdan na cidade vizinha a Al Bukamal, que faz fronteira com o Iraque.
O grupo e a Comissão Geral da Revolução Síria informaram, além disso, que as forças do regime bombardearam novamente a cidade de Ras Ein na província de Hasaka (noroeste).
Em Ras Ein, os insurgentes tomaram ontem o controle de um posto fronteiriço com a Turquia e travaram combates com o Exército, nos quais faleceram mais de 20 combatentes de ambos os lados.
Enquanto isso, em Aleppo, o Observatório Sírio de Direitos Humanos notificou que os bairros de Bab al Nasr, Bab Yenin e Suleiman al Halabi foram bombardeados.
Na cidade, os enfrentamentos entre os insurgentes e as tropas oficiais deixaram dois mortos em Karam al Jabal, enquanto outros combates ocorrem nos arredores de aeroporto, de acordo com o grupo opositor.
Enquanto a violência se intensifica no país, os vários grupos da oposição síria, entre o eles o Conselho Nacional Sírio (CNS), mantêm desde ontem uma importante reunião em Doha para tentar alinhar suas posturas.
O encontro está analisando uma iniciativa do independente Riad Seif, que pretende criar um novo órgão que agrupe a todas as partes opositoras, o ao que o CNS ainda não aprovou até agora.
O CNS, por sua vez, deve escolher hoje seu novo presidente - posto ocupado até agora por Abdelbaset Seida - e seu Escritório Executivo.
Essa formação, que se propõe agrupar toda a oposição, ampliou nesta semana sua Assembleia Geral para acolher novas facções e anunciou ontem a composição de sua Secretaria-Geral.
A cúpula de Doha é de fundamental para evitar a paulatina perda de credibilidade do CNS e conseguir, após meses de tentativas frustradas, a união das fileiras opositoras.