Mundo

Regime líbio nega que esteja violando cessar-fogo

Governo de Kadafi voltou a dizer que os rebeldes são liderados pela Al Qaeda e negou que estejam acontecendo ataques

O governo de Kadafi confirmou que aceitou o cessar-fogo (Epsilon/Stringer)

O governo de Kadafi confirmou que aceitou o cessar-fogo (Epsilon/Stringer)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 16h41.

Argel - O Governo líbio negou que esteja violando o cessar-fogo imediato anunciado nesta sexta-feira e assegurou que não está executando nenhuma operação militar em Misrata nem em qualquer outra cidade do país, declarou o porta-voz de Defesa, Moussa Ali, à agência oficial "Jana".

"Desminto taxativamente as especulações dos grupos terroristas ligados à Al Qaeda de que as forças oficiais bombardearam hoje as cidades de Misrata e Nalut", garantiu o porta-voz.

Segundo testemunhas e responsáveis rebeldes contatados pela rede "Al Jazeera", os combates continuaram nesta tarde nos arredores da cidade de Misrata no oeste do país, e ao sul de Ajdabiya, no leste, a 160 quilômetros de Benghazi, apesar do cessar-fogo anunciado horas antes pelo regime líbio.

Moussa Ali afirmou, no entanto, que o Governo de Trípoli está "comprometido com o cessar-fogo imediato e com o fim de todas as operações militares" anunciado em torno das 9h35 de Brasília pelo ministro de Relações Exteriores, Musa Kusa.

O porta-voz insistiu que o cessar-fogo foi efetivo durante todo o dia de hoje.

"Não realizamos operações militares hoje em Misrata e em nenhuma outra parte do país", disse, além de garantir que não sabem "com quem ligar" no Conselho de Segurança da ONU para "desenvolver as questões técnicas do cessar-fogo".

"Esse é o problema neste momento que estamos tentando resolver", afirmou.

Além disso, indicou que seu Governo pediu às autoridades de Turquia, Grécia e Malta que enviem equipes para "supervisionar e ajudar na implementação do cessar-fogo".

O ministro de Exteriores líbio anunciou hoje que o regime de Trípoli declarou um cessar-fogo imediato de acordo com a resolução aprovada na noite de quinta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU.

"Depois de ver a resolução e levando em conta que a Líbia é um membro pleno da ONU, aceitamos que somos obrigados a aceitar a decisão do Conselho de Segurança", afirmou Kusa.

Acrescentou que por isso o regime líbio decidiu "um imediato cessar-fogo e o fim de todas as operações militares".

O ministro expressou a "tristeza" de seu Governo de que a resolução inclua operações contra a Líbia, como o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, que inclui voos comerciais e civis.

"Isto aumentará o sofrimento dos líbios e terá um impacto negativo em sua vida geral", disse Kusa, que ressaltou que a comunidade internacional "deveria ter eximido os civis da resolução para garantir a qualidade de vida".

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasLíbiaONU

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde