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Refugiados recebem bicicletas para facilitar mobilidade

Projeto é feito em parceria com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e com o Instituto Migrações e Direitos Humanos


	Sombra de bicicleta: refugiados no DF ganham meio de transporte
 (Stock.xchng)

Sombra de bicicleta: refugiados no DF ganham meio de transporte (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2016 às 13h01.

Refugiados de vários países que vivem no Distrito Federal receberam hoje (10) 34 bicicletas para facilitar o deslocamento pelos espaços urbanos. As bicicletas são usadas e foram consertadas para a doação, feita pela organização não governamental (ONG) Rodas da Paz.

O projeto é feito em parceria com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), ONG que auxilia os migrantes.

O coordenador do projeto de doações e conselheiro da Rodas da Paz, Rafael Bastos, afirma que a ideia é que os refugiados contem com um meio de transporte acessível. “[Com a bicicleta] você não precisa mais gastar com transporte público.

Além disso, há pessoas que não têm condições de comprar um carro. Andar de bicicleta é também um jeito de conhecer a cidade”, comenta. Já Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur no Brasil, destaca os benefícios sociais do uso da bicicleta.

“É um fator fundamental de mobilidade, que ajuda também na integração social das pessoas. Um dos nossos principais objetivos é fazer com que eles se integrem ao Brasil, à comunidade onde vivem”, destaca Godinho.

O porta-voz conta que é a segunda vez que a agência da ONU faz a mediação da doação da Rodas da Paz a refugiados no Brasil. “Há dois ou três anos, houve outra doação”, diz. Ele explica ainda que o IMDH fez a seleção de quem receberia as bicicletas.

Para o paquistanês Haron Ali, 21 anos, a bicicleta será útil para percorrer o caminho de casa até a estação do metrô em Samambaia, cidade distante cerca de 30 quilômetro de Brasília.

“Eu vou de metrô até a rodoviária [do Plano Piloto, terminal de ônibus na região central da capital]. De lá, vou pegar ônibus para a universidade”, relata ele, que cursa enfermagem na Universidade de Brasília.

Haron veio para o Brasil há dois anos, acompanhado do irmão. Os pais deles já viviam aqui há cinco anos. O motivo, segundo o jovem, foi a realidade de conflitos na cidade de Peshawar, onde o Exército paquistanês combate militantes islamitas.

O colombiano Arvey Mina, 52 anos, também preferiu vir para o Brasil a permanecer em Calí, cidade onde morava.

“Há muita falta de segurança, guerrilha, conflito armado”, diz ele sobre o local onde vivia. O auge dos confrontos entre facções armadas na Colômbia foi nos anos 1980 e 1990. No entanto, diz Arvey, ainda há violência. Ele veio para o Brasil há três anos, acompanhado da esposa e do filho.

A família mora na Fercal, em Sobradinho, a 20 quilômetros de Brasília. Arvey trabalhava em uma fábrica de cimento, mas conta que foi dispensado em função da crise “No momento, estou desempregado”.

Segundo ele, a distância entre o ponto de ônibus e sua casa é grande, daí a necessidade de uma bicicleta. O colombiano ganhou uma e o filho de oito anos outra.

A mobilização para a doação de bicicletas ocorreu no Parque da Cidade, região central de Brasília, e foi parte do Dia Mundial das Boas Ações. A data foi criada em Israel em 2007 e, no Brasil, sua comemoração é organizada pela ONG Atados.

A entidade une pessoas a organizações sociais por meio de uma plataforma de trabalho voluntário na internet.

Neste domingo, além da doação de bicicletas a refugiados, o Dia das Boas Ações incluiu um encontro de comerciantes autônomos, aulas de ioga, apresentações culturais e workshops sobre temas como reaproveitamento de alimentos, grafitagem de bicicletas e criação de hortas urbanas.

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