Foto do campo de exploração de gás de Amenas, Argélia: 150 funcionários argelinos também são reféns, mas têm a liberdade de deslocar-se na base (Kjetil Alsvik/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 08h23.
Dubai - Um britânico, um irlandês e um japonês, apresentados como reféns na Argélia, pediram nesta quinta-feira na rede de televisão Al-Jazeera a retirada dos militares argelinos que cercam o campo de exploração de gás onde estão presos.
Os três homens, que falaram por telefone e sem que fossem apresentadas imagens, pediram que os militares deixassem de disparar contra o local onde eram mantidos prisioneiros para preservar as suas vidas e favorecer a negociação.
O reféns, cujas palavras eram traduzidas simultaneamente em árabe pela televisão via satélite do Qatar, explicaram que este era o pedido de um dos sequestradores, que se identificou com o pseudônimo de Abu al Baraa, que pouco antes havia falado na Al Jazeera.
"Pedimos a retirada do exército argelino para permitir que se iniciem as negociações" sobre os reféns, disse Abu al Baraa.
As forças de ordem cercavam nesta quinta-feira o campo de exploração de gás no centro-leste da Argélia, onde um grupo islâmico armado vinculado à rede Al-Qaeda mantém sequestrados 41 reféns estrangeiros desde quarta-feira.
O diretor-geral do grupo francês CIS Catering, cujos 150 funcionários argelinos também são reféns, junto com os 41 estrangeiros, no campo de gás explorado pela British Petroleum, Statoil e Sonatrach da Argélia, indicou em Paris que a situação nesta quinta-feira era estável .
"Nesta manhã falei por telefone com o diretor da filial, parece que há um status quo da atual situação", explicou Regis Arnoux à rádio Europe 1.
"Também parece que o estado de ânimo de nossa equipe que permanece no lugar é sólido", acrescentou, confirmando que seus empregados argelinos detidos "são livres para deslocar-se na base sem ter autorização de deixá-la".
Ao ser interrogado, explicou que eram reféns. "São reféns, mas de outra categoria", disse Arnoux, para quem o fato de terem nacionalidade argelina conferia aos empregados este status particular.