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Reduzir IPI para carros vai na contramão da economia verde

Para Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e conselheiro do Planeta Sustentável, a medida é revoltante

Para o especialista, um dos meios de transporte mais promissores para o futuro é o metrô (André Nazareth/Strana/Veja Rio)

Para o especialista, um dos meios de transporte mais promissores para o futuro é o metrô (André Nazareth/Strana/Veja Rio)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 19h00.

São Paulo - Nesta semana, o governo federal anunciou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, diminuindo em quase 10% o valor dos carros e, consequentemente, incentivando sua compra. Para Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e conselheiro do Planeta Sustentável, a medida é revoltante.

"Essa decisão do governo vai na contramão da economia verde. Trata-se de um incentivo ao passado. O que precisamos é de estímulos para a mobilidade do futuro, para transportes públicos de qualidade", disse o especialista durante o encontro Como podemos crescer dentro de uma economia de consumo consciente?, promovido na Editora Abril. "A primeira coisa que não deveríamos fazer, já fizemos: reduzir o IPI para carros", afirmou Mattar, fazendo referência ao tema do evento.

Para o especialista, um dos meios de transporte mais promissores para o futuro é o metrô. "E um metrô de superfície, ao invés dos subterrâneos. As obras são muito mais rápidas e fáceis, principalmente em cidades como São Paulo, que têm muitos altos e baixos em seus terrenos", explicou.

Repercussão internacional

No início desta semana, Helio Mattar também participou do encontro No caminho da Rio+20 e além, promovido em Nova York pelas Nações Unidas, e contou que, na ocasião, muitas pessoas do cenário internacional vieram questioná-lo se era realmente verdade que o governo brasileiro havia decidido reduzir o IPI para veículos.

"Ninguém conseguia acreditar que às vésperas da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que inclusive vai ser sediada no nosso país, o governo brasileiro tivesse tomado tal atitude. Minha vontade era entrar debaixo de alguma mesa e me esconder, mas tive que confirmar a notícia. Realmente, revoltante", concluiu Mattar.

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