As novas medidas de austeridade fiscal colocam em risco a capacidade de Atenas em cumprir as metas da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (Paul MIller/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2011 às 10h28.
Atenas - A recessão da Grécia desacelerou no segundo trimestre, mas economistas disseram que as pressões de retração podem piorar no restante do ano por causa das novas medidas de austeridade fiscal, pondo em risco a capacidade de Atenas em cumprir as metas da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Produto Interno Bruto (PIB) grego caiu 6,9 por cento no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, após contração de 8,2 por cento nos primeiros três meses de 2011, segundo primeira estimativa da agência de estatísticas Elstat, divulgada nesta sexta-feira.
Economistas disseram que, embora os números sugiram leve melhora no segundo trimestre, as medidas de austeridade estão levando a economia de 230 bilhões de euros para o terceiro ano seguido de recessão, reduzindo a eficácia do segundo programa de ajuda criado por líderes da UE em julho.
"Embora a taxa de crescimento anual tenha se tornado menos negativa para o segundo trimestre, menos 6,9 por cento ainda é incrivelmente fraco", disse Ben May, da Capital Economics.
As previsões orçamentárias da Grécia são baseadas na presunção de que a economia volte a crescer 0,6 por cento no ano que vem, acelerando para 2,1 por cento em 2013.
A contração da economia torna o montante de dívida grega, de cerca de 350 bilhões de euros, ainda maior comparado ao PIB, e reduz as receitas tributárias disponíveis para que o governo pague suas obrigações.
O desemprego crescente também pressiona a demanda doméstica. Com empresas cortando empregos e muitas lojas fechando, o desemprego na Grécia bateu o recorde de 16,6 por cento em maio, com cortes de vagas na economia em geral superando a alta sazonal no turismo.