Doku Umarov, fundador do "Emirado do Cáucaso": "a guerra vai chegar a suas casas" (AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 13h20.
Moscou - A rebelião armada do Cáucaso russo é uma guerrilha islamita que nasceu das cinzas do movimento separatista checheno, vencido pelas forças russas.
Batizado de "Emirado do Cáucaso", este movimento quer reunir as diferentes facções ativas nas repúblicas do Cáucaso russo (Chechênia, Inguchétia, Daguestão, Kabardino-Balkária, Karachaievo-Cherkesia, distrito de Stavropol e Ossétia do Norte) que desfrutam, no entanto, de uma grande autonomia.
Foi fundado em 2007 por Doku Umarov, ou Abu Usman, que, uma vez nomeado em 2006 o "presidente" dos separatistas chechenos depois da morte de Abdul-Jalid Saidulayev, ampliou a zona de combates dos rebeldes ao proclamar uma guerra santa em todo o Cáucaso russo, onde a violência se propaga desde então.
Este movimento é considerado pelos observadores como herdeiros da estratégia do falecido chefe de guerra Shamil Basayev, responsável pelos ataques mais violentos da guerrilha, como a tomada de reféns da escola de Beslan (setembro de 2005).
Os dirigentes do Emirado do Cáucaso repetem regularmente que os civis na Rússia são alvo legítimo de seus ataques.
"Se os russos acham que a guerra só acontece na tevê, longe deles, no Cáucaso, nós vamos mostrar que a guerra vai chegar a suas casas", ameaçava Doku Umarov, um mês antes do duplo atentado suicida no metrô de Moscou (março de 2010, 40 mortos)
Mas este "Emirado" não é uma organização uniforme. Uma parte dos rebeldes da Chechênia proclamou sua independência a respeito de Umarov em 2010 depois de uma confusão sobre a demissão dele.
Doko Umarov também se distanciou dos líderes separatistas históricos, como Ajmed Zakayev, um "ex-ministro" das Relações Exteriores da Chechênia independente refugiado agora em Londres.
As operações destas guerrilhas através do Cáucaso não deixaram de ser igualmente mortíferas, com emboscadas, ataques e atentados quase diários na região.
O Emirado do Cáucaso, além dos ataques no aeroporto Moscou-Domodedovo e no metrô de Mosou em março, reivindicam o atentado de novembro de 2009 contra um trem de passageiros entre Moscou e São Petersburgo (28 mortos) e outro com carro-bomba em setembro de 2010 em um mercado de Vladikavkaz na Ossétia do Norte (17 mortos).