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Rebeldes sírios ocupam estradas para Alepo

Já o exército tenta impedir o avanço bombardeando os arredores de Damasco


	Destroços da cidade de Alepo, no norte da Síria: essa é a maior cidade do norte e palco de intensos combates desde julho
 (Francisco Leong/AFP)

Destroços da cidade de Alepo, no norte da Síria: essa é a maior cidade do norte e palco de intensos combates desde julho (Francisco Leong/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 12h58.

Damasco - Os rebeldes sírios, que tentam cercar Alepo, ocuparam nesta segunda-feira quase todas as estradas que partem da província de Raqa, no noroeste, enquanto o exército tenta impedir com intensos bombardeios o avanço em torno de Damasco.

Após vários dias de combates e ocupação, que o exército tenta impedir por meio de ataques aéreos, os insurgentes conseguiram tomar o controle da barreira de Techrin, no Eufrates, entre as províncias de Aleppo e Raqa, relatou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"A tomada da barreira de Techrin é muito importante. Isso significa que quase não há mais para o exército estradas que ligam Raqa e Aleppo. Resta um pequeno caminho que atravessa o rio, mas é muito difícil e íngreme", explicou à AFP Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH, uma organização com sede no Reino Unido.

Segundo ele, "a principal estrada de Raqa e que passa por As-Saura (sobre o Eufrates) é compartilhada entre rebeldes e forças do regime, de modo que o exército não pode contar com ela. A outra, que passa por Techrine, era a última ainda sob o controle do exército, mas agora ele não pode usá-la".

Os rebeldes continuaram sua estratégia de cerco de Alepo, a maior cidade do norte e palco de intensos combates desde julho.

Para enviar reforços para Aleppo, resta apenas a estrada de Damasco, mas esta também foi ocupada por rebeldes. Eles controlam há quase dois meses a cidade de al-Maaret Noomane, que o exército tenta agora recuperar.


"Há também uma segunda rota, uma estrada militar que liga Damasco a Aleppo, mas ela é muito difícil, e leva quatro vezes mais tempo do que a auto-estrada normal", declarou Abdel Rahman.

Mais a oeste, um caça-bombardeiro lançou três bombas nas proximidades de um centro de comando militar rebelde em Atme, a 2 km da Turquia, sem causar vítimas, segundo um jornalista da AFP.

Nesta localidade, onde um afluxo de refugiados triplicou a população de 7.000 habitantes, concentram-se inúmeras unidades rebeldes.

De acordo com uma primeira avaliação do OSDH, ao menos 18 pessoas morreram nesta segunda-feira em meio à violência na Síria, incluindo nove civis em cidades que fazem fronteira com Damasco. Domingo, 119 pessoas morreram no conflito, que já causou em 20 meses mais de 40 mil mortes, de acordo com a mesma fonte.

Por sua vez, o Conselho Nacional Sírio (CNS), um dos principais grupos de oposição, denunciou a morte de 130 pessoas em três semanas em Daraya, uma cidade no subúrbio de Damasco, palco do maior massacre deste conflito neste verão, quando mais de 500 corpos foram descobertos.

Segundo Abdel Rahman, 80% das mortes nas últimas semanas em Daraya foram de rebeldes mortos em combates ferozes ligados à vasta ofensiva militar para expulsar os insurgentes de suas bases de retaguarda nos arredores de Damasco.

Já o jornal pró-Assad, al-Watan, relatou que as forças governamentais avançaram em Daraya, afirmando que infligiram pesadas perdas aos "terroristas da Al-Qaeda".

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro sírio Waël al-Halaqi lançou a pedra fundamental dos projetos imobiliários e sociais em Damasco, "porque apesar de todos os desafios enfrentados pela Síria, o processo de desenvolvimento continuará (...) em um espírito de amor, tolerância e participação de todas as crianças da pátria".

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