Combatente do Exército Sírio Livre aponta rifle no distrito de Karm al-Jabal em Alepo, Síria (Muzaffar Salman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 13h18.
Beirute - Insurgentes muçulmanos sunitas mataram cerca de 60 muçulmanos xiitas em uma cidade do oeste sírio controlada pelos rebeldes, onde agentes do presidente sírio, Bashar al-Assad, tentavam recrutar e armar guerreiros, de acordo com fontes da oposição nesta quarta-feira.
O ataque é mais um sinal de como a revolta, que começou há mais de dois anos com protestos pacíficos contra quatro décadas de governo da família Assad, está se transformando em um derramamento de sangue sectário.
Um vídeo publicado na Internet por rebeldes na terça-feira, intitulado "A invasão e limpeza de Hatla", mostrou dezenas de homens armados carregando bandeiras negras islamitas, celebrando e disparando armas nas ruas de uma pequena cidade enquanto a fumaça se acumulava acima de vários edifícios.
"Nós levantamos a bandeira 'Não há Deus além de Deus' sobre as casas dos que rejeitam os apóstatas, os xiitas, e os guerreiros sagrados comemoram", diz a voz do cinegrafista.
Na área de Damasco, os rebeldes informaram que 27 de seus companheiros foram mortos em uma emboscada perto da cidade de Al-Maraj.
Um vídeo publicado por ativistas mostrou vítimas alvejadas no rosto ou na cabeça. A câmera percorreu sobre vários cadáveres ensanguentados e cobertos de sujeira enquanto homens pediam ajuda para lavar os corpos.
Musaab Abu Qatada, um ativista da oposição, disse que os homens tinham tentado romper um bloqueio militar para levar suprimentos a redutos rebeldes na periferia da capital.
Muitos dos combatentes envolvidos no ataque em Hatla são supostamente da frente Nusra ligada à Al Qaeda. Grupos sunitas linha-dura geralmente se referem aos xiitas como rejeicionistas, por negarem a legitimidade dos primeiros sucessores do profeta Maomé.