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Rebeldes sírios dizem ter recebido armas modernas

Louai Moqdad, coordenador do ESL, também afirmou que a rebelião espera que o grupo dos Amigos da Síria anuncie oficialmente a decisão de armar os rebeldes


	Rebeldes sírios combatem as forças de segurança em Alepo: a rebelião reclama armas pesadas para proteger as zonas civis do poderio do regime, desde a militarização do conflito.
 (Javier Manzano/AFP)

Rebeldes sírios combatem as forças de segurança em Alepo: a rebelião reclama armas pesadas para proteger as zonas civis do poderio do regime, desde a militarização do conflito. (Javier Manzano/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 15h12.

Damasco - Na véspera de uma reunião do grupo de Amigos da Síria, em Doha, para discutir a ajuda aos rebeldes sírios, o Exército Sírio Livre (ESL) indicou ter recebido recentemente dos países que apoiam a oposição uma certa quantidade de armas modernas que podem mudar o curso da batalha contra as tropas do regime.

Louai Moqdad, coordenador político e de comunicação do ESL, também afirmou que a rebelião espera que o grupo dos Amigos da Síria anuncie oficialmente a decisão de armar os rebeldes.

Os ministros das Relações Exteriores de 11 países do grupo de Amigos da Síria -França, Reino Unido, Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Egito- também devem discutir a possibilidade de organizar a conferência de paz "Genebra-2".

"Na manhã de sábado, em Doha, tentaremos avaliar a situação no terreno e ver como podemos ajudar a Coalizão (de oposição) e pensar em um solução política", declarou o chanceler francês Laurent Fabius, que descartou na quinta fornecer armas "que logo poderiam ser usadas contra ela".

Após alertar para o risco de uma "catástrofe humanitária", se os rebeldes não receberem armas pesadas para proteger as áreas civis, o porta-voz do ESL indicou que seu movimento recebeu "algumas armas modernas, algumas que havíamos pedido e que acreditamos que podem mudar o rumo da batalha no terreno".


"Começamos a distribuí-las nas frentes de batalha, e elas logo estarão nas mãos de oficiais profissionais e de combatentes", afirmou Moqdad.

Ele recordou que a rebelião pediu um "arsenal dissuasivo".

"Trata-se de armas anti-aéreas e antitanques, assim como munições", acrescentou, sem mais precisões.

Na véspera, já havia mencionado mísseis terra-ar de curto alcance MANPAD, mísseis antitanques, morteiros e munições.

"Algumas armas já chegaram, outras devem chegar aos poucos, nos próximos dias", ressaltou Moqdad.

"Estas armas serão utilizadas com o único objetivo de combater o regime de Bashar al-Assad", afirmou o porta-voz.

"Elas serão reunidas após a queda do regime, nós assumimos esse compromisso com os países irmãos e amigos" que nos forneceram armas, prosseguiu Moqdad.


Este anúncio acontece na véspera de uma reunião do grupo de Amigos da Síria em Doha para coordenar a ajuda, incluindo militar, à oposição.

"Estamos otimistas porque a comunidade internacional finalmente decidiu proteger o povo sírio e os civis sírios e de armar o ESL", afirmou Moqdad.

Ele declarou que a rebelião espera "um anúncio claro e oficial pelos países participantes (da reunião em Doha) sobre armar o ESL". "É o que nós esperamos".

"Esperamos que esses países continuem a respeitar seus compromissos", prosseguiu, sem mencionar os países "amigos e irmãos" que lhes forneceram armas.

"Temos informações que nos próximos dias iremos receber novos carregamentos de armas que irão mudar o curso da batalha e a equação da morte imposta por Bashar al-Assad", ressaltou.


Questionado sobre a presença do chefe de Estado-Maior do ESL, o general Sélim Idriss, na conferência de Doha, Moqdad respondeu que "até o momento, nossa presença não é necessária" porque "todos os países estão cientes das demandas claras da oposição após os vários encontros com o general Idriss".

A rebelião reclama armas pesadas para proteger as zonas civis do poderio do regime, desde a militarização do conflito.

Até o momento, os países ocidentais estão reticentes em fornecer armas aos rebeldes por medo que caiam nas mãos de extremistas como a Frente jihadista Al-Nusra.

Mas o avanço do Exército sírio, apoiado pelo Hezbollah xiita libanês, e a reconquista pelo regime do reduto rebelde de Qousseir na fronteira com o Líbano, convenceram esses países a reverem seus planos.

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