Um homem pró-Rússia posa para fotografia em Donetsk, na Ucrânia: Putin pediu ontem o adiamento do referendo separatista no leste da Ucrânia (REUTERS/Marko Djurica)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2014 às 09h35.
Donetsk - Os insurgentes pró-Rússia da região ucraniana de Donetsk rejeitaram nesta quinta-feira o pedido do presidente russo, Vladimir Putin, de adiar o referendo separatista convocado para 11 de maio.
A decisão foi tomada hoje por unanimidade pelos membros da assembleia da autoproclamada "república popular de Donetsk" durante uma reunião extraordinária, segundo declarou um dos porta-vozes rebeldes em entrevista coletiva.
O insurgente agradeceu Putin por seus esforços diplomáticos, mas acrescentou que a realização da consulta não é decisão dos líderes rebeldes, mas do povo de Donetsk, de maioria russófona.
A assembleia popular insurgente da região de Lugansk também tomou hoje a decisão de seguir adiante com seus planos de realizar o plebiscito na data prevista.
Os manifestantes pró-Rússia dessas duas regiões limítrofes com a Rússia pretendem perguntar neste domingo aos eleitores se apoiam a independência dos territórios.
Caso os eleitores apoiem a independência, um dos chefe de governo da "república popular de Donetsk", Miroslav Rudenko, afirmou que cinco regiões (Donetsk, Lugansk, Kharkiv, Odessa e Nikolayev) formariam um novo Estado independente que se chamaria "Novorossia" (Nova Rússia).
Putin pediu ontem o adiamento do referendo separatista no leste da Ucrânia após se reunir no Kremlin com o chefe da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Didier Burkhalter.
"Pedimos aos representantes do sudeste da Ucrânia, aos partidários da organização federalista do país que adiem o referendo previsto para 11 de maio", disse.
Putin explicou que este passo era importante para "criar as condições necessárias para o diálogo" com as autoridades de Kiev.
A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia rejeitou nesta semana a possibilidade de convocar um referendo sobre o novo modelo de Estado em 25 de maio, coincidindo com as eleições presidenciais.
Os deputados do partido governante, Batkivschina (Pátria), explicaram que o referendo nacional será realizado quando a situação se estabilizar no sudeste do país, onde Kiev prossegue a ofensiva contra as fortificações russófonas.