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Rebeldes no leste da Líbia criam comitê de crise

O conselho disse que irá atuar como a voz da rebelião contra o regime de Muammar Gaddafi, mas afirmou não ser um governo interino

Forças rebeldes comemoram em Braga, na Líbia: bombas teriam caído perto de um hospital (John Moore/Getty Images)

Forças rebeldes comemoram em Braga, na Líbia: bombas teriam caído perto de um hospital (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2011 às 17h55.

Benghazi - O Conselho Nacional Líbio, sediado no leste dominado pelos rebeldes, nomeou um comitê de crise com três membros no sábado para tratar de temas militares e internacionais em uma tentativa de integrar a tomada de decisões.

O conselho disse que irá atuar como a voz da rebelião contra o regime de Muammar Gaddafi, mas afirmou não ser um governo interino. O grupo também quer mudar sua base da cidade de Benghazi para Trípoli, embora a capital permaneça sob o controle rígido de Gaddafi.

O comitê renovou seus clamores pelo embargo aéreo internacional para ajudar a desalojar o líder, que está no poder há 41 anos e empregou aviões de guerra e helicópteros contra forças rebeldes. Estas o acusam de contratar mercenários africanos para auxiliá-lo.

O professor de Ciência Política Fathi Baja, membro da Coalizão 17 de Fevereiro, sediada em Benghazi, disse sobre o comitê:

"Isto vai encorajar as pessoas, porque escolheram nomes muito fortes. Além disso, elas refletem o equilíbrio por serem de diferentes lugares e diferentes tribos."

O conselho nomeou como líder dos militares Omar Hariri, um dos oficiais que fez parte do golpe de Gaddafi em 1969, mas foi preso mais tarde. Ali Essawi, ex-embaixador na Índia que se demitiu no mês passado, foi encarregado das relações exteriores.

Mahmoud Jebril, que esteve envolvido com um projeto chamado "Visão Líbia" com outros intelectuais antes da revolta para estabelecer um Estado democrático, chefiará o comitê de crise. O conselho declarou que o grupo busca organizar a tomada de decisões.

Outros novos membros incluem o dissidente Ahmed Zoubeir, que sob Gaddafi passou mais tempo na prisão do que os 28 anos de Nelson Mandela na África do Sul, assim como Selwa Adrilli, Fathi Terbil e Fathi Baja.


Outros ministros devem ser anunciados no futuro próximo.

Falando numa entrevista coletiva, o líder do conselho nacional, o ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel Jalil disse que o organismo não quer tropas estrangeiras em solo líbio e que possui forças suficientes para libertar o país.

"Há um sentimento nas ruas de que, se Gaddafi pode empregar estrangeiros para lutar para ele, por que nós não?", disse ele.

"Nosso povo tem o contingente e a determinação para libertar toda a Líbia, mas vamos pedir o embargo aéreo para nos ajudar a fazer isso no menor tempo possível."

Ele também afirmou que os lutadores jovens e basicamente civis nas forças rebeldes serão substituídos por uma força de combate profissional, mas não disse quando.

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