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Rebeldes líbios pedem armas porque bombardeios 'não bastarão'

Líder da oposição não descartou a entrada de tropas internacionais para impedir os ataques de Kadafi contra a população civil

Tanque é incendiado na Líbia: ataques aéreos não foram suficientes para conter Kadafi (Patrick Baz/AFP)

Tanque é incendiado na Líbia: ataques aéreos não foram suficientes para conter Kadafi (Patrick Baz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2011 às 15h16.

Paris - A população civil oposta ao regime líbio de Muammar Kadafi precisa de armas para se defender, porque "os bombardeios não bastarão", disse nesta quarta-feira em Paris o responsável de Relações Internacionais do Conselho Nacional de Transição (CNT), Ali al-Issawi.

"Se a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU estivesse de verdade em andamento e a população civil protegida, não haveria necessidade de forças, o povo líbio poderia se defender", afirmou.

Issawi garantiu à imprensa na capital francesa que "todas as possibilidades estão abertas" para proteger a população civil, embora por enquanto tenha considerado que não é necessária a chegada de tropas internacionais ao país.

Mas não fechou essa porta "se a situação atual perdurar" e inclusive falou sobre a possibilidade da chegada de tropas de "países árabes amigos".

Enquanto isso, garantiu que continuam os bombardeios contra civis por parte das tropas de Kadafi, o que obriga o povo líbio contrário ao regime a "organizar-se e constituir um Exército" para a própria defesa.

Nessa óptica está acertado o envio de militares pela França, Reino Unido e Itália, segundo Issawi, quem agradeceu este esforço.

Por enquanto, afirmou que não é necessária uma nova resolução do Conselho de Segurança, mas "que se cumpram as duas já aprovadas".

O responsável internacional da oposição ao regime de Kadafi está em Paris acompanhando do presidente do CNT, Mustafa Abdul Jalil, que foi recebido pelo presidente Nicolas Sarkozy, quem prometeu o envio de militares para assessorar as suas tropas.

Issawi afirmou que não solicitaram a presença de tropas estrangeiras na Líbia, mas assinalou que "não se pode permitir que a situação atual perdure".

Considerou como "tragédia humana" a situação em Misrata, alvo de "bombardeios cegos" com mísseis e armas pesadas por parte de Kadafi.

"No oeste há um drama humano com o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas à fronteira com a Tunísia. Ao menos 15 mil cidadãos líbios vivem em barracas como refugiados no território tunisiano. Acreditamos que há mais de 10 mil mortos, 30 mil feridos, 7 mil em estado grave. Estimamos em 20 mil o número de desaparecidos, sequestrados ou detidos", garantiu.

Issawi rejeitou toda solução política na Líbia que passe pela manutenção de Kadafi ou sua família no poder ou que signifique a divisão do país.

O responsável da oposição negou que as tropas rebeldes tenham participado de violações aos direitos humanos e negou a utilização de minas.

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