Rebelde líbio: "ajude-nos, por favor", clama porta-voz da oposição (Roberto Schmidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2011 às 10h25.
Argel - Nejla el Mangush, membro do comitê de comunicação do Conselho Nacional Transitório (CNT) da Líbia, afirmou nesta quarta-feira por telefone à Agência Efe que já é hora de agir e pediu à comunidade internacional que apoie os rebeldes de forma urgente, pois "muita gente está morrendo" na ofensiva do líder Muammar Kadafi.
"É hora de tomar decisões sérias. O que estão esperando? Pode haver milhares de mortos se deixarem que Kadafi continue com seus ataques", asseverou a rebelde na cidade de Benghazi, 'capital' provisória da autoridade insurgente.
Contatada por telefone em Benghazi, a porta-voz rebelde ressaltou que o levante popular e o Governo das zonas líbias sob controle insurgente está em poder do Conselho Nacional Transitório, mas insistiu que os rebeldes precisam da ajuda da comunidade internacional para impedir que as forças do regime de Trípoli continuem com os bombardeios.
"Não temos a impressão de que sejam sérias as reuniões que estão mantendo as potências (para ajudar na crise líbia)", declarou Mangush.
Ela destacou ainda que vários meios de comunicação internacionais presentes na atual zona de confrontos "estão comprovando que há muitos mortos nos hospitais e percebendo a violência usada pelas forças de Kadafi".
"Ajudem-nos, por favor! Não pretendemos nenhum regime islâmico nem nada parecido. Aqui o povo está lutando pela liberdade depois de mais de 40 anos de ditadura. Onde estão as democracias ocidentais?", exclamou a porta-voz rebelde.
Ela indicou que quatro pessoas morreram nesta quarta-feira e várias ficaram feridas devido à ofensiva das forças de Kadafi sobre Misrata, terceira maior cidade do país e a única ainda sob controle dos insurgentes no oeste da Líbia.
Segundo Mangush, os combates em Misrata, assediada pelas tropas do regime há vários dias, se recrudesceram nesta manhã e as forças de Kadafi tentam entrar na cidade, mas ainda não o conseguiram.
Já um membro do comitê de jovens da revolução em Misrata elevou para cinco o número de mortos nesta quarta-feira na cidade e para 11 o de feridos, em declarações à rede de televisão "Al Jazeera".