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Rebeldes líbios lutam contra últimos bolsões de resistência

Eles tentam se aproximar de Sirta, a cidade natal e reduto do coronel Muammar Kadafi

Rebeldes líbios tomam o complexo de Bab al-Aziziya em Trípoli, antiga residência de Kadafi: eles oferecem US$ 1,7 milhão pelo ditador, vivo ou morto (Patrick Baz/AFP)

Rebeldes líbios tomam o complexo de Bab al-Aziziya em Trípoli, antiga residência de Kadafi: eles oferecem US$ 1,7 milhão pelo ditador, vivo ou morto (Patrick Baz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 08h33.

Trípoli - Os rebeldes líbios tentavam nesta quinta-feira assumir o controle dos últimos bolsões de resistência em Trípoli e se aproximar de Sirta, a cidade natal e reduto do coronel Muammar Kadafi, o antigo "guia" cuja captura agora tem um preço.

No exterior, a era pós-Kadafi começa a ser planejada. A ONU examina a liberação dos ativos líbios para ajudar os rebeldes e a França anunciou uma conferência dos "amigos da Líbia" no dia 1º de setembro em Paris.

Quatro jornalistas italianos foram sequestrados em uma viagem entre Zawiyah e Trípoli e libertados nesta quinta-feira. Um grupo de combatentes leais a Kadafi matou o motorista do grupo.

Ao mesmo tempo, os mais de 30 jornalistas retidos desde sábado no hotel Rixos, perto do quartel-general de Kadafi, foram liberados com a ajuda da Cruz Vermelha. Na quarta-feira à noite os rebeldes controlavam o Rixos, sem violência.

Durante a quarta-feira, os combates prosseguiram em Bab al-Aziziya, nos arredores do complexo residencial do ditador, e no bairro vizinho de Abu Slim, reduto das tropas leais ao regime.

Os rebeldes pareciam controlar o centro da capital, incluindo a Praça dos Mártires, antiga Praça Verde, símbolo do regime. Mas durante o dia, as ruas permaneceram quase desertas em consequência da presença de francoatiradores.

Para os rebeldes combatentes em Trípoli, outra prioridade é assegurar o controle que leva ao aeroporto, onde enfrentavam grande resistência.

O paradeiro de Kadafi continua um mistério e os rebeldes anunciaram uma recompensa de 1,7 milhão de dólares (dois milhões de dinares líbios) a quem encontrá-lo, vivo ou morto.

Os rebeldes também ofereceram anistia a qualquer pessoa ligada ao regime que capturar ou matar o ditador.

Franceses e britânicos à paisana estão mobilizados há várias semanas na frente leste da Líbia ao lado dos rebeldes, constatou um correspondente da AFP.

Os oficiais estão presentes na refinaria de Zuwaitina, paralisada pelo conflito e transformada em centro de comando rebelde para a frente leste, 150 km ao sudoeste de Benghazi, sede do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião líbia.

A refinaria, que tem vários quilômetros quadrados no deserto líbio, é o quartel-general de Fawzi Bukatif, comandante rebelde para toda a frente.

Franceses e britânicos à paisana ou com roupas camufladas estão instalados em contêineres perto de uma das pistas de pouso da refinaria.

Eles dispõem de meios de comunicação, uma sala de rádio com as paredes cobertas de mapas militares e estão a poucos metros do centro de comando de Bukatif.

No fim de abril, Grã-Bretanha, França, Itália, Egito e Estados Unidos anunciaram o envio de assessores militares para ajudar o CNT.

Nas últimas semanas, a refinaria foi utilizada como centro de operações rebelde na batalha de Brega, cidade portuária, de onde os rebeldes expulsara as tropas leais a Muammar Kadafi em uma ofensiva respaldada pela Otan.

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