Rebeldes líbios perto de Brega: enviado da ONU negociou com oposição e governo (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2011 às 09h24.
Benghazi, Líbia - A direção rebelde líbia se mostrou nesta sexta-feira disposta a observar um cessar-fogo, mas coloca algumas condições para isto, inclusive o levantamento do cerco a algumas cidades imposto pelas tropas de Muammar Kadafi.
"As tropas de Kadafi devem abandonar suas posições ao redor das cidades (sitiadas)", afirmou o presidente do Conselho Nacional Transitório (CNT), Mustafa Abdel Jalil.
O dirigente rebelde concedeu uma entrevista coletiva junto ao enviado do secretário-geral da ONU, o diplomata jordaniano Abdelilah al-Khatib, que se apresentou nesta sexta-feira em Benghazi após ter visitado Trípoli no dia anterior.
Abdel Jalil também disse que para que se cumpra esse cessar-fogo o regime de Kadafi "deve permitir liberdade ao povo para que expresse seus pontos de vista".
"Não pode haver um cessar-fogo enquanto houver mercenários e soldados nos telhados", acrescentou o dirigente rebelde.
A possibilidade de um cessar-fogo foi discutida nesta sexta-feira entre os líderes rebeldes e o enviado especial da ONU, que previamente fez consultas parecidas com as autoridades do governo de Trípoli.
Caso as condições não sejam atendidas, "as pessoas do centro e do ocidente do país devem saber que a revolução irá em direção a elas", afirmou Abdel Jalil na entrevista coletiva.
Já o enviado da ONU disse que, uma vez conhecidos os pontos de vista das duas partes, encaminhará suas conclusões para serem estudadas na sede das Nações Unidas em Nova York.
Al-Khatib afirmou que a possibilidade de conseguir um cessar-fogo era um dos três pontos das conversas que manteve tanto com representantes do regime, quanto com os dirigentes rebeldes.
Os outros dois eram a proteção dos civis e a necessidade de que as agências humanitárias possam entrar em todas as áreas do país a fim de cumprir sua missão.