Carro queimado pelo Boko Haram: radicais mantêm uma sangrenta campanha que deixou mais de 3 mil mortos desde 2009 (AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2014 às 13h44.
Lagos - Rebeldes do grupo radical islâmico Boko Haram atacaram nesta sexta-feira instalações militares em Maiduguri, a capital do estado nigeriano de Borno, base espiritual dos fundamentalistas, informou o exército da Nigéria.
O porta-voz militar Chris Olukolade afirmou, em comunicado, que o exército reagiu ao ataque ao centro de detenção militar "com sucesso e com muitas vítimas entre os terroristas", sem detalhar quantas.
Muitos dos rebeldes foram assassinados e capturados com suas armas, disse Olukolade, sem fornecer mais detalhes.
Quatro soldados ficaram feridos e recebem tratamento no hospital.
Paralelamente, os soldados continuam perseguindo os rebeldes "em operações terrestres e aéreas", além de ter isolado e registrado as imediações.
"Aparentemente, em uma tentativa de aumentar sua população dizimada, grupos de terroristas atacaram nesta manhã uma zona militar em Maiduguri a fim de libertar companheiros detidos na prisão", explicou o porta-voz.
Olukolade se mostrou convencido de que essa ofensiva é "em resposta à intensidade dos ataques contra as fortificações dos insurgentes nos acampamentos em Talala, Monguzum, nas florestas Sambisa e Gwoza, nas montanhas de Mandasse e ao redor do lago Chade".
Vários acampamentos foram destruídos e muitos insurgentes foram mortos pelo Exército, disse.
Maiduguri foi sacudida por fortes explosões na madrugada de hoje, antes de os disparos causarem confusão em toda a cidade.
Desde 2009, quando a polícia acabou com o líder do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que deixou mais de 3 mil mortos.
Durante os três primeiros meses do ano, a campanha se intensificou notavelmente, com assassinatos diários, roubos e destruição de escolas e casas nos estados de Borno, Yobe e Adamawa.
Desde maio do ano passado, a Nigéria realiza uma ofensiva antiterrorista nesses três estados, que estão em estado de alerta.
Boko Haram, cujo nome significa em línguas locais "educação não islâmica é pecado", luta para impor a "sharia" ou lei islâmica na Nigéria, de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.