Mundo

Rebeldes derrubam helicóptero ucraniano e matam 12 militares

Rebeldes pró-russos do leste da Ucrânia derrubaram um helicóptero militar matando 12 soldados ucranianos, em um dos piores dias para as forças leais a Kiev


	Militante na Ucrânia: aeronave foi atingida por um míssil russo, diz presidente ucraniano
 (Alexander Khudoteply/AFP)

Militante na Ucrânia: aeronave foi atingida por um míssil russo, diz presidente ucraniano (Alexander Khudoteply/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 14h14.

Kiev - Os rebeldes pró-russos do leste da Ucrânia derrubaram nesta quinta-feira um helicóptero militar matando 12 soldados ucranianos, em um dos piores dias para as forças leais a Kiev, que tentam há quase dois meses colocar fim à insurreição separatista.

A aeronave, que transportava homens destinados a ajudar as tropas e um general das forças especiais do ministério do Interior, foi atingida por um míssil russo, afirmou o presidente interino, Olexander Turchynov, no Parlamento.

"Estou convencido de que nossas forças armadas levarão até o fim a limpeza dos terroristas e que os criminosos que a Rússia financia serão eliminados e se sentarão no banco dos réus", acrescentou Turchynov, que deixará seu posto no início de junho, abrindo caminho para o vencedor das presidenciais de domingo, Petro Poroshenko.

Turchynov havia informado antes sobre 14 mortos, mas a Guarda Nacional publicou um balanço de 12 mortos e um ferido em estado grave.

Trata-se de um dos piores dias para o exército ucraniano desde o início das operações contra os insurgentes do leste. No dia 22 de maio, 17 militares perderam a vida: 16 na cidade de Volnovaja, na região de Donetsk, e mais um em outro ataque dos insurgentes na região vizinha de Lugansk.

Após os combates que deixaram quarenta mortos (principalmente separatistas) na segunda-feira no aeroporto internacional de Donetsk, a tensão segue em nível máximo em terra.

Nesta quinta-feira, a Rússia pediu que os países ocidentais pressionem as autoridades ucranianas para que escalada de violência no leste do país tenha fim e uma catástrofe nacional seja evitada.

"A operação armada realizada pelas autoridades ucranianas continua deixando vítimas", declarou o ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado. "Pedimos novamente aos nossos sócios ocidentais que utilizem sua influência sobre Kiev para impedir que a Ucrânia deslize para uma catástrofe nacional", acrescentou.

Já a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) perdeu desde terça-feira o contato com uma equipe de quatro observadores (um dinamarquês, um estoniano, um turco e um suíço).


Pela primeira vez, os insurgentes reconheceram que estão em suas mãos e deixaram entrever uma possível libertação.

Espiões?

"Sabemos onde estão, estão sãos e salvos", declarou à Interfax Viacheslav Ponomarev, o "prefeito" de Slaviansk, um reduto da insurgência no leste da Ucrânia. "Os detivemos. Vamos esclarecer quem são, para onde iam, para que e os libertaremos", acrescentou, estimando, segundo a agência, que podem ter realizado trabalhos de espionagem.

"Precisamos entender se pertencem realmente à OSCE. Suspeita-se que seriam espiões", explicou Denis Puchilin, um dos líderes da "República de Donetsk", citado pela agência Ria Novosti.

Segundo uma fonte da OSCE, que pediu o anonimato, os observadores estariam detidos na região de Lugansk, vizinha de Donetsk.

Outro grupo de 11 observadores também foi detido brevemente na quarta-feira na região de Donetsk.

A OSCE classificou a detenção dos observadores de "sabotagem aos esforços internacionais" para colocar fim à crise e aos combates.

O ministro do Interior anunciou, por sua vez, a morte de um soldado em um ataque dos separatistas contra uma unidade da região de Lugansk na noite de quarta-feira.

"Temos um plano de ação (...). Este plano conduzirá a uma limpeza total do território ucraniano e mais exatamente, do leste, dos separatistas", disse o ministro da Defesa, Mikhailo Koval.

Vencedor da eleição presidencial de domingo com 54,7% dos votos, o milionário Petro Poroshenko garantiu que quer iniciar imediatamente negociações com Estados Unidos e Europa visando uma aliança de defesa para "proteger a Ucrânia militarmente", em uma entrevista ao jornal alemão Bild.

O chefe de Estado eleito disse que quer falar com o presidente russo, Vladimir Putin, mas a Rússia se opõe à operação militar lançada contra os insurgentes do leste, classificada de castigo.

Guerra do gás

O comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, representantes russos e ucranianos se reunirão na sexta-feira, em Berlim, em uma nova rodada de negociações sobre o fornecimento de gás russo à Ucrânia, anunciou a Comissão.

"As partes interessadas estão de acordo em realizar novas negociações em Berlim na sexta-feira, dia 30 de maio, à tarde, como continuação da proposta apresentada pela Comissão Europeia na segunda-feira", segundo um comunicado da representação do organismo europeu na capital alemã.

A reunião tentará resolver o impasse entre Moscou, que exige o pagamento de 2 bilhões de dólares atrasados, e Kiev, que impõe como condição garantias para que reduza seus preços.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

FAB deve auxiliar autoridades do Cazaquistão sobre queda de avião fabricado pela Embraer

Trump anuncia embaixador no Panamá e insiste que EUA estão sendo 'roubados' no canal

Japan Airlines restabelece sistema após sofrer ciberataque

Oposição sul-coreana apresenta moção de impeachment do presidente interino