Leais a Kadhafi destruíram três aviões civis na sexta-feira (Filippo Monteforte/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2011 às 11h51.
Trípoli - Os rebeldes anunciaram neste sábado controlar todo o aeroporto internacional de Trípoli, mas admitiram a existência de combatentes leais a Muamar Kadhafi na área, que dispararam na sexta-feira foguetes que destruíram três aviões civis na pista de pouso.
"Controlamos totalmente o aeroporto. Restam poucos focos de resistência na zona de Qafr ben Ghirshir", a dois quilômetros de distância, disse Bashir al-Taibi, líder dos rebeldes que afirmam controlar o aeroporto.
Nas ruas de Qasr ben Ghishir, uma multidão festejava a "libertação", aos gritos de "Kadhafi acabou para sempre". "Ontem à noite, entre 60 e 80 carros do batalhão de Khamis Kadhafi, um dos filhos de Muamar Kadhafi, abandonaram a região e fugiram", declarou Moktar Lakder, comandante da rebelião.
Vários habitantes confirmaram que veículos de partidários de Kadhafi deixaram a área, alguns com armas pesadas. Os combatentes leais a Kadhafi dispararam foguetes na sexta-feira e destruíram três aviões civis. Outras aeronaves foram atingidas.De acordo com outro combatente rebelde, Basam Turki, ainda existem francoatiradores em Qafr ben Ghirshir.
Os rebeldes líbios, que conquistaram na sexta-feira a principal passagem de fronteira com a Tunísia, prosseguiam avançando neste sábado ante o regime agonizante de Muamar Kadhafi.
Combates esporádicos eram registrados na frente oriental e em Trípoli, enquanto vários países pediam a reconciliação. A comunidade internacional também quer evitar ações de vingança. Um comboio com seis carros blindados que poderia transportar altos dirigentes líbios, incluindo o coronel Muammar Kadhafi, passou na sexta-feira pela fronteira entre Líbia e Argélia, informou a agência oficial egípcia Mena, citando uma fonte militar líbia rebelde.
"Seis Mercedes blindados passaram na manhã desta sexta-feira pela cidade de Ghadames", revelou a agência, que cita um conselheiro militar líbio desta localidade situada na fronteira com a Argélia. O comboio foi escoltado até sua entrada na Argélia pelo chefe de uma "katiba" (brigada), explicou o militar rebelde, acrescentando que não pôde atacá-lo por falta de munição.
"Pensamos que transportavam altos dirigentes líbios, possivelmente Kadhafi e seus filhos". Kadhafi está desaparecido desde a entrada dos rebeldes em Trípoli, no final de semana passado.
Uma fonte do governo argelino, no entanto, considerou pouco provável a entrada de Kadhafi no país. A Argélia afirma que mantém uma "estrita neutralidade" e se nega a interferir nos assuntos internos do país vizinho.
Argel não reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião. Na região oeste da Líbia, os rebeldes assumiram o controle de Ras Jdir, área de fronteira com a Tunísia, e hastearam a bandeira da rebelião.
Na frente oriental, a Otan informou neste sábado que continua bombardeando Sirte, cidade natal de Kadhafi, e afirmou ter destruído, entre outros equipamentos, 11 veículos com armas e um blindado. De acordo com um colaborador da AFP, na frente oriental, os combatentes leais a Kadhafi resistem em Ben Yawad, 140 km ao leste de Sirte. Também eram registrados confrontos em Ras Lanuf, 20 quilômetros mais ao leste.
Em um clima ainda tenso, a ONU, a União Africana (UA), a Liga Árabe e a União Europeia (UE) pediram a todas as partes no conflito que evitem represálias, anunciou Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE.