Mundo

Rebeldes acreditam que Kadafi está na Líbia

Os comandantes da rebelião ainda consideram que têm o direito de matar o ditador caso ele não se renda

Os combates em Sirte deixaram um número grande de mortos de ambos os lados
 (Eric Feferberg/AFP)

Os combates em Sirte deixaram um número grande de mortos de ambos os lados (Eric Feferberg/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2011 às 12h56.

Trípoli - Muammar Kadafi muito provavelmente continua na Líbia, segundo comandantes do movimento rebelde em Trípoli, que consideram ter "o direito de matá-lo" caso não se renda.

Os rebeldes deram um ultimato aos combatentes leais a Kadafi para que se entreguem até sábado e a Otan anunciou uma intensificação dos bombardeios em Sirte, cidade natal do ditador.

Segundo o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdel Jalil, o prazo para rendição termina sábado.

"Se não houver uma saída pacífica, vamos nos impor no âmbito militar", declarou à imprensa em Benghazi, a "capital" da insurgência.

Em Trípoli, Omar Hariri, comandante militar do CNT, declarou à AFP que é 80% certo que Kadafi permanece na Líbia e disse que o antigo homem forte do país não tem mais capacidade de provocar danos.

Hariri afirmou que os rebeldes suspeitam que Kadafi está em Bani Walid, ao sudeste de Trípoli, ou nos arredores da capital.

"Pensamos que está na Líbia", disse à AFP Ahmed Darrat, que assumiu o ministério do Interior enquanto um novo governo não é eleito.

Nas palavras dele, os rebeldes têm o "direito de matá-lo".

"Ele está nos matando. É um criminoso e um foragido. Em todo o mundo, aqueles que aplicam a lei têm o direito de matar um criminoso que não se rende", explicou.

Darrat afirmou que o conflito iniciado em fevereiro já deixou mais de 50.000 mortos e, talvez, o dobro de feridos e desaparecidos.

Capturar Kadafi é um objetivo primordial para a rebelião, que após seis meses de conflito tem praticamente todo o país sob controle. No entanto, prosseguem as negociações para obter a rendição dos últimos leais a Kadafi em Sirte.

A cabeça de Kadafi tem um preço, 1,7 milhão de dólares. Os rebeldes o desejam vivo ou morto, mas afirmaram que no caso de prisão o coronel receberá um "julgamento justo" na Líbia.

Ali Tarhuni, um dos principais líderes do CNT, deu a entender que os insurgentes sabem onde Kadafi estaria escondido, mas se recusou a divulgar detalhes.

"Kadafi está fugindo neste momento. Agora temos uma ideia bastante clara de onde está", declarou.

Os rebeldes líbios também anunciaram nesta quarta-feira a detenção de um alto funcionário do regime de Muammar Kadafi.

"Nagi Ahrir foi detido em 23 de agosto em um posto de controle quando tentava fugir para a Tunísia levando 29.000 dinares (23.000 dólares)", declarou à AFP o coronel Salem Kherfa, militar que se uniu à rebelião.

Segundo o militar, Nagi Ahrir foi detido em Zawiyah, 40 km ao oeste de Trípoli, ao lado de dois filhos, do irmão, do motorista e de um segurança.

Ahrir tinha passaporte diplomático.

Kherfa afirmou que Nagi Ahrir, que continua sendo interrogado, é um "membro do clã Kadafi e ex-membro da guarda que supervisionou, entre outras coisas, as brigadas lideradas por dois filhos do ditador, Khamis e Saadi".

A Otan anunciou ter bombardeado vários alvos próximos de Sirte e de Bani Walid, localidade ao sudeste de Trípoli que pode estar servindo de abrigo para o ditador.

Segundo o porta-voz da Otan, o coronel Roland Lavoie, a coalizão liderada pela Aliança Atlântica está centrada no corredor entre Bani Walid e o lado oriental de Sirte.

Na quinta-feira, Paris receberá uma conferência de "amigos da Líbia", que pretende preparar a era pós-Kadafi. A Rússia, que não reconheceu o CNT, enviará um representante.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasLíbiaMuammar KadafiPolíticos

Mais de Mundo

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção