Salvador Ceren: campanha foi impulsionada pelas populares políticas sociais do atual governo, as quais incluem melhorias nos valores previdenciários e distribuição gratuita de material escolar (Henry Romero/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 09h44.
San Salvador - Um ex-guerrilheiro marxista tem grandes chances de vencer o segundo turno da eleição presidencial salvadorenha contra um rival de direita, após ficar a apenas 1,1 ponto percentual de liquidar a disputa no primeiro turno, realizado no domingo.
Salvador Sánchez Ceren, dirigente da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), que atuava como grupo rebelde armado durante a guerra civil no país, recebeu 48,9 por cento dos votos, contra 38,95 por cento de Norman Quijano, ex-prefeito de San Salvador, do partido Arena.
O segundo turno será em 9 de março.
A FMLN se transformou em partido político em 1992, após 12 anos de guerra civil, e chegou ao poder em 2009, com o esquerdista moderado Mauricio Funes, de quem Sánchez Ceren é vice.
A campanha dele foi impulsionada pelas populares políticas sociais do atual governo, as quais incluem melhorias nos valores previdenciários e distribuição gratuita de material escolar. Ele também promete uma maior aproximação com o governo socialista da Venezuela, inclusive aderindo ao bloco regional Petrocaribe, pelo qual Caracas fornece petróleo subsidiado a países com governos aliados.
Já Quijano baseou sua campanha na promessa de mobilizar o Exército contra gangues que perturbam a ordem pública na capital.
Falando a seguidores na noite de domingo, Sánchez Ceren, de 69 anos, previu uma vitória por mais de 10 pontos percentuais no segundo turno. "Vamos construir novos entendimentos, novas alianças", afirmou.
Não está clara qual será a posição no segundo turno do candidato conservador Antonio Saca, que foi presidente entre 2004 e 2009 e agora teve 11,4 por cento dos votos.
Saca está rompido com a Arena, mas analistas estimam que cerca de três quartos dos seus eleitores tendem a votar em Quijano no segundo turno. Os restantes 25 por cento, no entanto, seriam suficientes para dar a vitória a Sánchez Ceren.