Raúl Castro: o congresso do PCC ampliou a 17 o número de membros, também aumentando, de uma a quatro integrantes, a participação das mulheres (Jacky Naegelen / Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2016 às 15h55.
Raúl Castro governará Cuba até 2018 com a velha guarda do Partido Comunista do país, que se absteve de renovar seu comando e apenas introduziu pequenas mudanças no seleto e poderoso Burô Político, ao término de seu Sétimo Congresso, nesta terça-feira, em Havana.
Muitos companheiros de Fidel e Raúl Castro na luta guerrilheira da Sierra Maestra, que triunfou em 1959, seguem presentes no novo Comitê Central do PCC, entre eles o Comandante da Revolução, Ramiro Valdés.
Raúl Castro, de 84 anos, no poder desde 2008, foi ratificado como primeiro-secretário pelo Congresso, que também aprovou uma norma que limita a 70 anos a idade máxima para exercer cargos de direção do PCC, anunciaram os meios de comunicação estatais.
No entanto, a nova disposição entrará em vigor depois de 2021.
O Sétimo Congresso do PCC, que iniciou suas deliberações no sábado, foi realizado sem acesso para a imprensa internacional.
No discurso inaugural de sábado, transmitido ao vivo, Castro ratificou sua intenção de deixar o poder em 2018, embora, assim como seu irmão Fidel (89 anos), continue influenciando nas decisões do sistema de partido único.
A Constituição em vigor na ilha desde 1976 reconhece o PCC como "a força dirigente superior da sociedade e do Estado", à qual o governo e o Parlamento se subordinam.
Além de Raúl Castro, também permanecerá em seu posto de segundo secretário o médico José Ramón Machado Ventura (85 anos), outro líder histórico.
O Burô Político, até agora de 14 membros, teve apenas duas baixas em relação à sua formação em 2011: o ex-ministro do Interior, Abelardo Colomé (76 anos), outro membro histórico que, por razões de saúde, pediu a aposentadoria de todos os seus cargos até o fim de 2015, e o atual ministro de Transportes, Adel Yzquierdo.
Além disso, o congresso do PCC ampliou a 17 o número de membros, também aumentando, de uma a quatro integrantes, a participação das mulheres.
Os novos cinco integrantes do Burô Político são: Roberto Morales, ministro da Saúde; Ulises Guilarte, secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba; Teresa Amarelle, secretária da Federação de Mulheres Cubanas; Miriam Nicado, reitora da Universidade de Ciências Informáticas, e Marta Ayala, vice-diretora do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia.
Permanecem no Burô Político os três primeiros comandantes das Forças Armadas, os generais Leopoldo Cintra, Ramón Espinosa e Alvaro López, assim como três homens-chave do governo: o vice-presidente Miguel Díaz-Canel, o ministro da Ecnomia, Marino Murillo, e o chanceler Bruno Rodríguez.
O Congresso também ampliou de 116 a 142 o número de membros do novo Comitê Central, com uma média de idade de 54,5 anos, 44% deles mulheres e 36% negros e mestiços.
Segundo a norma comunista, o máximo órgão de decisão é o Congresso do PCC - com mil delegados - que se reúne teoricamente a cada cinco anos; o Comitê Central - que delibera duas vezes ao ano - é o responsável por dar prosseguimento às resoluções.
Por sua vez, o Burô Político é o que exerce o poder na prática diária.