Choi Soon-sil: ela alegou motivos de saúde e a necessidade de preparar sua defesa (Korea Pool/Getty Images)
EFE
Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 11h16.
Seul - Choi Soon-sil, conhecida como a "Rasputina" sul-coreana que protagoniza o famoso escândalo de corrupção que pode custar o cargo à presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi nesta quarta-feira a grande ausência da segunda sessão do comitê de investigação parlamentar do caso ao se negar a prestar depoimento.
Choi alegou motivos de saúde e a necessidade de preparar sua defesa para não comparecer à sessão pública de hoje, na qual deputados da Assembleia Nacional interrogaram figuras do entorno de Park para conhecer as conexões de alto nível que supostamente derivaram em graves atos de corrupção.
Após questionar os motivos de sua ausência, o comitê parlamentar a cargo da investigação emitiu uma ordem para obrigar "Rasputina", que está detida, a prestar depoimento, mas, mesmo assim, ela não compareceu à Assembleia Nacional.
Choi, de 60 anos e que nunca ocupou um cargo público, é acusada de interferência em assuntos de Estado graças a sua amizade com a presidente, além de arrecadar, através de pressões e troca de favores, milhões de dólares dos principais conglomerados empresariais do país.
Das 27 pessoas convocadas para depor, apenas 14 se apresentaram na sessão de hoje, entre elas o ex-chefe de pessoal da presidente, o septuagenário Kim Ki-choon, que foi alvo de grande parte das perguntas dos deputados.
As suspeitas indicam que Kim, um sinistro personagem relacionado com supostas violações de direitos humanos como ajudante do falecido ditador Park Chung-hee, pai da atual presidente, foi o elo de ligação entre ela, a "Rasputina" e outras figuras na hora de extorquir empresas e cometer outros atos ilícitos.
Kim se mostrou evasivo no interrogatório e negou inclusive que conhecia Choi Soon-sil, mas os depoimentos de outras testemunhas evidenciaram conexões entre os dois, em sintonia com as investigações realizadas até o momento pela procuradoria.
A audiência pública de hoje foi a segunda depois que na terça-feira prestaram depoimento os oito magnatas mais importantes do país - entre eles os líderes de Samsung e Hyundai - para esclarecer os motivos de terem fornecido milhões de dólares para duas fundações da "Rasputina".
A presidente sul-coreana, por sua vez, anunciou que permanecerá em seu cargo independentemente do resultado da moção de sexta-feira, na qual deputados da Assembleia Nacional votarão sobre sua destituição.
Desde que o caso foi revelado há mais de um mês, milhões de pessoas foram às ruas em protestos maciços para pedir a saída de Park Geun-hye, cuja impopularidade alcançou níveis nunca vistos na jovem democracia do país asiático.