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Rajoy rejeita mudar constituição por independência catalã

O presidente do governo espanhol rejeitou reforma da Constituição para permitir a independência da Catalunha

Mariano Rajoy: "não se pode pedir ao presidente do governo que negocie a soberania nacional" (Andrea Comas/Reuters)

Mariano Rajoy: "não se pode pedir ao presidente do governo que negocie a soberania nacional" (Andrea Comas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 11h36.

Madri - O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, rejeitou nesta quarta-feira uma reforma da Constituição para permitir a independência de uma região, como desejam os nacionalistas da Catalunha.

Em entrevista coletiva, Rajoy se mostrou favorável ao diálogo com o Executivo da região e a satisfazer as "necessidades" de seus cidadãos no atual contexto econômico, mas advertiu que se oporá à realização de um plebiscito defensor da soberania.

No domingo, 2,3 milhões de catalães expressaram seu desejo de decidir sobre o futuro político de seu território, dos quais 80% defenderam a independência em uma votação informal, que as autoridades locais denominam "processo participativo".

O governo espanhol considera ilegal essa pretensão dos nacionalistas catalães e por isso recorreu em duas ocasiões perante o Tribunal Constitucional. A justiça considerou a consulta ilegal.

Rajoy afirmou que a votação de domingo foi "um simulacro eleitoral", que não reuniu a maioria dos cidadãos, já que dois terços da população não foram às urnas.

O dirigente disse que seu governo atuou "com proporcionalidade" e de forma "sensata e equilibrada" em relação à consulta.

No entanto, Rajoy insistiu que "não se pode pedir ao presidente do governo que negocie a soberania nacional".

Mariano Rajoy afirmou que a reivindicação dos nacionalistas catalães monopolizou a atuação política do governo da região nos últimos dois anos, o que resultou em "muito barulho e muito dinheiro gasto".

Sobre a possibilidade da Promotoria espanhola apresentar uma denúncia contra o presidente do governo catalão, Artur Mas, Rajoy defendeu a independência do órgão: "não sei de nada, não dei nenhuma instrução".

O governante defendeu o diálogo para resolver os problemas políticos, mas "sempre nos limites que estabelece a Constituição".

Em relação a uma reforma da Carta Magna, disse que o parlamento catalão é que deve sugeri-la ao parlamento espanhol, tal como estabelece a lei, mas ressaltou que se oporá a "qualquer reforma da Constituição que liquide a soberania nacional".

O fato de dois terços dos convocados para a consulta não terem participado da votação, segundo Rajoy significa que "na Catalunha há muitos mais catalães do que independentistas".

"A Catalunha é plural", afirmou, reconhecendo, no entanto, que "é preciso se fazer um esforço de acordo e consenso".

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