Rainha Sílvia e o marido: ela quer investigar ligação do pai com o nazismo (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2011 às 17h51.
Estocolmo - A rainha sueca Silvia, que nasceu na Alemanha e morou no Brasil, iniciou uma investigação sobre os supostos laços entre seu pai e o regime nazista, informou o palácio real neste domingo.
"A rainha, junto com a família Sommerlath, tomou a iniciativa de reunir os fatos sobre as atividades de Walter Sommerlath no Brasil e na Alemanha entre 1930 e 1940", revela a côrte real. "A investigação já dura vários meses, mas ainda não há prazo para a divulgação de resultados", destacou o palácio.
Revelações e acusações sobre o passado de Walter Sommerlath, que morreu em 1990, têm ocupado as manchetes dos jornais da Suécia nos últimos anos.
A rainha, de 67 anos, afirma que até agora, embora seu pai tenha sido membro do partido nazista, não era politicamente ativo e foi forçado a participar, da mesma maneira que outros, para salvar sua carreira.
O anúncio de hoje ocorre após uma investigação do canal TV4 transmitida no ano passado que afirma que Walter Sommerlath se apropriou de uma fábrica alemã pertencente a um judeu em 1939 como parte de um programa de "arianização".
Sommerlath mudou-se da Alemanha para o Brasil em 1919, com 18 anos, onde conheceu e casou com Alice, a mãe brasileira da rainha. Membro do partido Nazista a partir de 1934, ele trabalhou em uma filial local de uma companhia siderúrgica alemã antes de voltar para o país natal em 1938 com sua esposa e os dois filhos.
Em 1934 ele passou a gerenciar uma fábrica empregada no esforço de guerra até ela ser destruída cinco anos depois. Durante a guerra o casal teve os dois filhos, incluindo Silvia. A família voltou para o Brasil em 1947. Silvia Sommerliath conheceu o futuro rei da Suécia, Carlos XVI Gustaf, na olimpíada de Munique em 1972, quando ela trabalhava como intérprete.
Quando ela se casou em 1976, Walter Sommerlath negou ter sido membro do partido nazista, mas a participação foi confirmada por relatórios da imprensa em 2002.