Após um ano do acidente, uma área com raio de 20 quilômetros ao redor da central de Fukushima continua isolada devido ao risco radioativo (Roslan Rahman/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2012 às 09h49.
Tóquio - As substâncias radioativas emitidas pela usina nuclear de Fukushima Daiichi se dispersaram dez vezes menos do que as do acidente da planta ucraniana de Chernobyl, em abril de 1986, indicou nesta terça-feira o Ministério de Ciência japonês.
O Ministério comparou os dados sobre as substâncias radioativas da central de Fukushima reunidos entre março e novembro de 2011 com as informações sobre Chernobyl compiladas três anos e oito meses depois daquele desastre, revelaram fontes oficiais citadas pela agência 'Kyodo'.
As análises mostram, por exemplo, que no caso de Chernobyl foi detectado 1,48 milhão de becquereles de césio radioativo por metro quadrado em pontos a 250 quilômetros da central.
Em Fukushima, por outro lado, foram recolhidas amostras com quantidade similar de césio contaminado unicamente a 33 quilômetros da planta.
Também destacaram que na Noruega, a 1,7 mil quilômetros da central ucraniana, foram coletadas mostras de terra com mais de 40 mil becquereles de césio radioativo, enquanto em Fukushima foram detectadas mais de 30 mil becquereles em diversos pontos a 250 quilômetros dos reatores.
No caso de Chernobyl, a distância de dispersão foi maior porque as coberturas do reator voaram pelos ares, o que não ocorreu em Fukushima Daiichi.
A crise nuclear do Japão se desencadeou depois do terremoto de 9 graus na escala Richter atingiu em 11 de março de 2011 o nordeste do país, o que gerou um tsunami que arrasou a planta com ondas de até 15 metros.
Um ano depois, cerca de 80 mil pessoas não puderam voltar para suas casas porque uma área com raio de 20 quilômetros ao redor da central continua declarada como zona de exclusão devido à crise, que causou perdas milionárias na pesca, na agricultura e na pecuária local.
A explosão do reator número quatro da central de Chernobyl desencadeou o maior acidente nuclear da história, com uma nuvem radioativa que alcançou primeiro Belarus e continuou em direção à Escandinávia, Europa Central (principalmente Áustria e Alemanha) e o Reino Unido.