Universidade nos EUA: discriminação positiva estimula ingresso de estudantes negros, asiáticos e hispânicos; críticos argumentam que modelo favorece fator racial, em detrimento de mérito acadêmico (Mary F. Calvert For The Washington Post/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2014 às 18h27.
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta terça-feira que a raça dos estudantes não pode mais ser um fator para a admissão nas universidades, em um revés ao legado do movimento pelos direitos civis dos anos 1960.
Com seis votos a favor e dois contra, os juízes determinaram a constitucionalidade de uma medida aprovada por referendo em Michigan (noroeste) que dissolvia a chamada "ação afirmativa" nas universidades.
A discriminação positiva estimula o ingresso de estudantes negros, asiáticos e hispânicos. Seus críticos argumentam que o modelo favorece fatores raciais, em detrimento de méritos acadêmicos.
A sentença "não trata sobre como se deve resolver o debate sobre as preferências raciais. É sobre quem deve resolvê-lo", explicou o juiz Anthony Kennedy, que seguiu o voto da maioria.
Votaram contra as juízas Ruth Ginsburg e Sonia Sotomayor - esta última parte de uma minoria, por sua origem hispânica.
Porto-riquenha de origem humilde que afirma ter sido beneficiado com a "ação afirmativa", Sotomayor argumentou que a Constituição garante às minorias o "acesso significativo e igualitário" aos processos políticos.