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Queria que maconha não existisse, diz presidente do Uruguai

Pesidente do Uruguai disse à Folha que não gosta de maconha, mas que não se pode fechar os olhos

O presidente do Uruguai, José Mujica:  (Getty Images)

O presidente do Uruguai, José Mujica: (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2013 às 13h47.

São Paulo — Às vésperas de aprovar a legalização da maconha no Uruguai, o presidente do país, José Mujica, afirmou que preferia que a droga não existisse. Mas defendeu mais uma vez sua regulação em entrevista à Folha de S.Paulo.

"Não defendo a maconha, gostaria que ela não existisse. Nenhum vício é bom. Vamos é regular um mercado que já existe. Não podemos fechar os olhos para isso. A via repressiva fracassou.", afirmou o presidente à Folha. O Uruguai não será uma terra de “fumo livre”, completou.

Mujica disse ao jornal que vem sofrendo pressão internacional, inclusive do Brasil, para abandonar a liberação da maconha no país. Os países temem que a erva uruguaia transborde para outros países.

"Pedimos ao mundo que nos ajude a fazer essa experiência, que nos permita adotar um experimento sócio-político diante de um problema grave que é o narcotráfico”, afirmou. “O efeito do narcotráfico é pior que o da droga."

Aprovação

O projeto do governo uruguaio é cadastrar todos os usuários da droga no país — os cerca de 200 mil — e fornecer a eles uma quantidade ainda não definida de maconha todos os meses (fala-se em 40 cigarros).

A proposta já foi aprovada pelos deputados uruguiaos e espera-se que seja votada no Senado nos próximos dias. Como Mujica tem maioria entre os senadores, a expectativa é a de que o projeto passe e seja sancionado pelo presidente.

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