Ismail Haniyeh era o líder político do Hamas e estava no Irã para posso do novo presidente do país. (Mohammed ABED / AFP)
Redator na Exame
Publicado em 31 de julho de 2024 às 06h06.
Última atualização em 31 de julho de 2024 às 07h12.
O Hamas anunciou que seu líder político, Ismail Haniyeh, foi morto em um ataque aéreo em Teerã, capital do Irã, que o grupo terrorista atribui a Israel. O ataque, que também resultou na morte de seu guarda-costas, ocorreu enquanto o líder político estava na cidade para a posse do novo presidente iraniano, nesta quarta-feira, 31. As informações são do Financial Times.
Ismail Haniyeh, uma figura central nas negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, estava baseado no Catar. Sua morte representa uma grande vitória para o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, que prometeu eliminar os líderes do Hamas após o ataque do grupo a Israel em 7 de outubro.
A morte de Haniyeh eleva ainda mais as tensões no Oriente Médio, especialmente entre Israel e Irã, que já trocaram ataques diretos em abril deste ano. O assassinato de Haniyeh é um grande golpe para o Irã, que agora enfrenta o dilema de como responder a esse ataque, considerando suas recentes tentativas de melhorar as relações com o Ocidente para aliviar sanções.
Haniyeh, que nasceu em Gaza em 1962, era uma figura influente dentro do Hamas, tendo liderado o governo palestino brevemente em 2006, antes de o grupo assumir o controle total da Faixa de Gaza em 2007 após um breve conflito civil com o Fatah. Nos últimos anos, ele viveu principalmente em Doha, capital do Catar, que, juntamente com o Egito e os Estados Unidos, atua como mediador entre o Hamas e Israel.
O ataque aéreo que resultou na morte de Haniyeh é apenas o mais recente em uma série de escaladas violentas na região. Na noite anterior ao ataque em Teerã, Israel realizou um bombardeio em Beirute visando um comandante sênior do Hezbollah, em resposta a um ataque com foguetes nas Colinas de Golã, controladas por Israel.
A morte de Haniyeh também pode ter um impacto significativo nas atuais negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. O líder palestino desempenhava um papel crucial na mediação dessas conversas, e sua ausência pode complicar ainda mais a já delicada situação.
Os ataques e represálias contínuos entre Israel e grupos militantes como o Hamas e o Hezbollah têm aumentado a violência e instabilidade na região, colocando em risco milhares de vidas civis. Com as tensões em alta, o futuro das negociações de paz permanece incerto, e a possibilidade de uma escalada ainda maior não pode ser descartada.
Haniyeh deixa um legado complexo, marcado pela resistência contra Israel e pela liderança do Hamas em um dos períodos mais tumultuados da história recente do Oriente Médio. Sua morte, no entanto, pode desencadear uma nova onda de violência e represálias que ameaçam mergulhar ainda mais a região em conflito.