São Paulo – A execução brutal do canadense John Ridsdel, que foi decapitado no último final de semana pelo grupo extremista Abu Sayyaf nas Filipinas, chocou o mundo. Ridsdel, que tinha 68 anos, era ex-chefe de uma empresa de mineração.
A cabeça de Ridsdel foi encontrada dentro de um saco na ilha de Jolo, a mil quilômetros da capital Manila no início da última segunda-feira. A execução aconteceu depois de expirado o prazo dado pelo grupo para o pagamento de um resgate avaliado em 20 milhões de euros.
Ridsdel foi sequestrado em setembro de 2015 com outros dois estrangeiros, o também canadense Robert Hall e um norueguês, e uma mulher filipina. Os últimos seguem em poder dos terroristas. De acordo com o governo do Canadá, há operações para a libertação de Hall.
O que é e onde surgiu
O grupo Abu Sayyaf, termo em árabe que pode ser traduzido como “portador da espada” é um velho conhecido das Filipinas. Segundo o Council on Foreign Relations (CFR), organização que pesquisa temas geopolíticos globais, está em atividade desde 1990, quando se separou de um dos maiores movimentos separatistas islâmicos do país, a Frente Moro de Libertação Nacional.
Objetivo e onde atua
Seu objetivo é o de fundar um país para a população muçulmana das Filipinas, o maior país católico da Ásia. Seus principais focos de atuação são o arquipélago de Sulu, que fica na região sudoeste, e Mindanao, segunda maior ilha filipina e oitava maior do mundo em número de habitantes (cerca de 22 milhões).
Embora tenha sua atuação rechaçada pela maioria da população do país, incluindo os muçulmanos moderados, um estudo recente da Universidade de Stanford mostrou que o grupo conta o apoio de parcelas da comunidade filipina, especialmente em Mindanao.
Crimes
Abu Sayyaf está por trás de uma série de sequestros, bombardeios e outros crimes desde o seu surgimento nos anos 90. Em 2004, por exemplo, foi o responsável pelo maior ataque terrorista da história do país: uma explosão em uma embarcação que matou mais de cem pessoas.
Ligações com o terrorismo internacional
Assim como outras organizações terroristas, o grupo atua de forma descentralizada, em células, e seus principais fundadores foram treinados em países do Oriente Médio, como Líbia e Arábia Saudita.
Aos olhos dos Estados Unidos, que desde 2001 atua com o exército das Filipinas nos esforços para contenção do grupo, Abu Sayyaf é uma organização terrorista cujos laços já incluíram a rede Al Qaeda e os extremistas do Jemaah Islamiyah, da Indonésia. Em 2015, Abu Sayyaf jurou lealdade ao Estado Islâmico.
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1. Violência e sofrimento
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São Paulo – Em 2014, o mundo perdeu 32.658 mil vidas em decorrência do
terrorismo, um crescimento de 80% em relação ao que foi observado em 2013 e o maior nível já registrado. Mas embora o terrorismo esteja deixando o seu rastro de violência, no âmbito global, ele ainda
mata 13 vezes menos que o
homicídio. As constatações são do
Global Terrorism Index 2015 (GTI), estudo anual do Instituto de Economia e Paz, organização que avalia os impactos econômicos da violência, divulgado nesta terça-feira, dias depois dos
ataques do Estado Islâmico (
EI) em
Paris, França. A pesquisa revelou que é o EI,
que atua principalmente na Síria e no Iraque, e o
Boko Haram, cujas atividades
concentram-se na Nigéria, os responsáveis por 51% dessas mortes. A maioria dos casos (78%) aconteceu em cinco países (Afeganistão, Iraque, Nigéria, Paquistão e Síria). O GTI nota, contudo, que o terrorismo está se espalhado pelo mundo. Em 2013, atividades foram registradas em 59 países. Em 2014, esse número subiu para 67, incluindo Áustria, Austrália, Bélgica, Canadá e França. A edição 2015 do estudo investigou os padrões de atividades terroristas em 162 países a partir do total de incidentes registrados em 2014, o número de mortes, o número de feridos e os danos patrimoniais decorrentes dos atos. Com base nisso, classificou os países de acordo com os impactos do terror. Quanto mais próxima de dez for a pontuação, mais afetado é o local. Confira nas imagens quais são os 25 mais impactados.
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2. Iraque
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3. Afeganistão
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3/27 (REUTERS/Medecins Sans Frontieres/Handout)
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4. Nigéria
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4/27 (Afp.com / Pius Utomi Ekpei)
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5. Paquistão
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6. Síria
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6/27 (Bassam Khabieh / Reuters)
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7. Índia
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7/27 (Reuters/STRINGER/INDIA)
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8. Iêmen
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8/27 (REUTERS/Khaled Abdullah)
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9. Somália
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9/27 (Omar Faruk/Reuters)
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10. Líbia
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10/27 (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)
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11. Tailândia
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11/27 (REUTERS/Athit Perawongmetha)
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12. Filipinas
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12/27 (Erik De Castro/Reuters)
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13. Ucrânia
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14. Egito
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15. República Centro-Africana
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16. Sudão do Sul
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16/27 (REUTERS/Goran Tomasevic)
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17. Sudão
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17/27 (EBRAHIM HAMID/AFP/Getty Images)
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18. Colômbia
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18/27 (Pedro Ugarte/AFP)
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19. Quênia
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20. República Democrática do Congo
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20/27 (Luc Gnago/Reuters)
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21. Camarões
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21/27 (Ali Kaya/AFP)
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22. Líbano
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22/27 (Khalil Hassan/ Reuters)
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23. China
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23/27 (Goh Chai Hin/AFP)
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24. Rússia
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24/27 (AFP)
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25. Israel
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25/27 (REUTERS/Ammar Awad)
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26. Bangladesh
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26/27 (REUTERS/Stringer)
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27. Agora veja as homenagens às vítimas do ataque em Paris
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27/27 (Reuters)