Euro: queda em relação ao dólar deu uma nova alegria, após retomada do Turismo na Europa, pós pandemia (Gerard Bottino/SOPA Images/LightRocket via/Getty Images)
AFP
Publicado em 20 de julho de 2022 às 13h10.
"Tudo é muito acessível". Em Paris, a queda do euro em relação ao dólar nas últimas semanas deu uma nova alegria a alguns turistas americanos, que voltam em massa após dois anos marcados pela pandemia da covid-19.
No Quartier Latin, entre pequenas lojas de lembrancinhas, bistrôs típicos e outros estabelecimentos, John Perides, um aposentado de 75 anos, caminha com sua mulher, Diane, e um casal de amigos.
"Que sensação de liberdade!", diz este americano que vive perto da Filadélfia (leste). "Celebramos nossas bodas de ouro com dois anos atrasado por causa da pandemia", completou.
Na capital francesa há dez dias, este ex-engenheiro aproveita a revalorização do dólar em relação ao euro.
"No câmbio atual [com o euro a US$ 1,02], é como viajar para um pequeno destino turístico local nos Estados Unidos", compara Perides, que gastou "5.000 dólares por pessoa para uma estada de 12 dias".
"É genial", comemorou.
A várias ruas de distância, em frente a uma catedral de Notre-Dame em obras, Traci Pawlowski tem a mesma sensação.
"Tudo é muito acessível, especialmente os restaurantes", comenta esta mulher de 55 anos, de San Diego (oeste), que viaja acompanhada do marido.
Para Vanguelis Panayotis, presidente da MKG Consulting e especialista francês no setor de turismo, a quase paridade entre o euro e o dólar “estimula especialmente a demanda por hotéis de alto padrão”.
Os americanos são um público interessante por seu "número e gasto médio elevado", afirma.
“Paris continua sendo um dos destinos mais populares” para estes turistas que “vêm para consumir”, acrescenta Panayotis.
"Eles lotam os hotéis de luxo na ausência de chineses e russos", relata o diretor-geral da consultoria Protourisme, Didier Arino.
Os turistas americanos ouvidos pela AFP dizem não sentir no bolso o aumento dos preços na França nos últimos meses.
"Fiz muitas compras! (...) Tudo é um pouco mais barato, principalmente as roupas", diz Annabel Granger, uma estudante de 18 anos, que mora na Virgínia (leste) e está visitando Paris com a avó.
Para "sua primeira viagem" de uma semana à capital francesa, tem um orçamento de "cerca de 400 dólares", sem contar a hospedagem, para gastar.
No mesmo grupo de turistas, de todas as idades, Kathleen Green, de 72 anos, encontra preços "iguais" aos de Pittsburgh (nordeste), onde mora e trabalha como assistente social em meio período.
À sombra das árvores e a poucos metros da conhecida livraria "Shakespeare and Company", Green diz que conta com um orçamento total de "15.000 dólares" para sete dias.
Segundo o diretor da empresa Voyageurs du Monde, Jean-François Rial, os gastos dos americanos de férias na França costumam ser altos, pois se trata de uma clientela "muito rica" e pouco dependente da "situação econômica".
"As pessoas estão buscando ficar em dia depois da pandemia”, após “dois anos sem viajar”, acrescenta o também presidente do Escritório de Turismo e Congressos de Paris. "Além disso, reservaram há vários meses, quando o dólar não estava tão forte", disse ele.
De acordo com dados do Observatório do Escritório de Turismo de Paris, as reservas de passagens aéreas com origem nos Estados Unidos aumentaram 11% entre abril e julho em relação ao mesmo período de 2019, pré-covid.
Três anos atrás, 4,7 milhões de americanos viajaram para a França, segundo a agência de desenvolvimento turístico Atout France.
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