Os quatro, três jogadores do time de futebol "Javalis Selvagens" e seu treinador, faziam parte da comunidade apátrida (Stringer/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 09h33.
Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 09h33.
Bangcoc - As autoridades da Tailândia concederam cidadania para três meninos e um adulto, integrantes do grupo de 13 pessoas presas durante mais de duas semanas em uma caverna do norte do país e cuja missão de resgate foi acompanhada pelo mundo inteiro.
Os quatro, três jogadores do time de futebol "Javalis Selvagens" e seu treinador, faziam parte da comunidade apátrida que geralmente reside na fronteira da Tailândia com os vizinhos Mianmar, Camboja, Malásia e Laos.
"Ao fornecer a esses rapazes e ao treinador a cidadania, a Tailândia dá a eles a oportunidade de sonhar com um futuro melhor e alcançar seu máximo potencial. Abre o caminho para que alcancem suas aspirações e participem como membros plenos da sociedade a qual pertencem", disse, nesta quinta-feira, Carol Batchelor, assessora especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) sobre a comunidade apátrida.
O reconhecimento formal, que chega um mês depois do midiático resgate, garante a eles o acesso a direitos e serviços básicos, como a liberdade de movimento, casamento e acesso à compra de um imóvel, entre outros.
"As pessoas apátridas frequentemente enfrentam uma vida cheia de incertezas", disse Batchelor, ao elogiar o "exemplo positivo" dado pela Tailândia.
Somsak Khanakham, chefe do distrito de Mae Sai - cidade da província de Chiang Rai e perto de onde está localizada a caverna -, entregou um por um durante uma cerimônia ontem os documentos que credenciam a nacionalidade do quarteto.
Ele disse durante o ato, retransmitido pelo Facebook, que todos eles cumpriam os requisitos para obter os documentos e que a garantia não tem a ver com o midiático caso da caverna.
Os doze adolescentes, entre 11 e 16 anos, e seu treinador, de 26, entraram na caverna Tham Luang durante uma excursão no dia 23 de junho, quando uma súbita tempestade inundou o caminho de saída da gruta.
Durante os trabalhos prévios ao resgate, que contaram com a participação de mais de 1,3 mil pessoas, o mergulhador voluntário Saman Kunan acabou morrendo.