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Dezenas de túmulos judaicos são pichados com suásticas na França

O Ministério Público informou que abriu uma investigação para tentar localizar os autores do delito no cemitério israelita de Quatzenheim

Suásticas são pichadas em quase 80 túmulos de cemitério judaico na França (Vincent Kessler/Reuters)

Suásticas são pichadas em quase 80 túmulos de cemitério judaico na França (Vincent Kessler/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 10h17.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2019 às 11h48.

Quase 80 túmulos de um cemitério judaico na cidade de Quatzenheim, leste da França, foram encontrados profanados nesta terça-feira, anunciaram as autoridades locais, que condenaram o "ato antissemita odioso".

"Nesta terça-feira 19 de fevereiro, quase 80 túmulos de um cemitério israelita de Quatzenheim foram encontrados profanados", afirma um comunicado da prefeitura de Bas Rhin, no mesmo dia em que estão programadas diversas manifestações na França contra o aumento das agressões antissemitas.

O Ministério Público informou que abriu uma investigação para tentar localizar os autores do delito.

Segundo um fotógrafo da AFP, os túmulos foram pintados com suásticas nazistas azuis e amarelas. Também em um túmulo estava escrito "Esassisches Schwarzen Wolfe" ("Os Lobos Alsacianos Negros"), uma possível referência a um grupo autonomista alsaciano ativo nos anos 70.

O prefeito de Bas-Rhin, Jean-Luc Marx, citado em um comunicado, condenou "com a máxima firmeza este odioso ato antissemita e expressou seu total apoio à comunidade judaica que foi atacada mais uma vez".

O presidente Emmanuel Macron anunciou que viajará ao local do crime, segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, falando à rádio RTL.

Essa viagem do chefe de Estado acontece antes de sua visita ao Memorial do Holocausto em Paris, que precederá muitos protestos contra o aumento dos atos antissemitas na França.

O MP de Paris também abriu uma investigação preliminar sobre os insultos antissemitas de que o escritor e filósofo Alain Finkielkraut foi vítima durante um protesto contra o governo por parte dos "coletes amarelos" no fim de semana passado.

O ensaísta foi chamado, entre outras coisas, de "merda sionista" por alguns manifestantes irados que o encontraram em uma rua no coração de Paris.

Macron condenou os insultos antissemitas contra Finkielkraut, afirmando que os mesmos foram "a negação absoluta de quem somos e o que nos faz uma grande nação".

"Nós não vamos tolerar isso", disse ele.

Poucos dias antes uma suástica foi pintada em um retrato em Paris da falecida ex-ministra Simone Veil, sobrevivente de um campo de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, e duas árvores que haviam sido plantadas em memória de um jovem judeu assassinado em 2006 foram destruídas.

Segundo dados publicados na semana passada pelo Ministério do Interior, o número de atos antissemitas subiu 74% na França em 2018.

No total, houve 541 atos antissemitas na França no ano passado, em comparação com 311 em 2017.

Macron não participará das marchas, mas seu primeiro-ministro, Edouard Philippe, estará presente junto a vários membros do governo em uma congregação em Paris às 19h00 (horário de Brasília) na praça da República.

O ministro israelense da Imigração, Yoav Gallant, afirmou nesta terça-feira que os judeus da França devem emigrar para seu país, após a profanação de um cemitério judaico na região nordeste do território francês.

"Condeno vigorosamente o antissemitismo na França e digo aos judeus, voltem para casa, imigrem para Israel", escreveu Gallant no Twitter.

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