Atentado: o atentado foi realizado na tarde de domingo no parque Gulshan Iqbal, quando várias famílias passavam a tarde ali (Farooq Naeem / AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2016 às 11h42.
Lahore - O hospital Jinnah de Lahore, o principal da segunda maior cidade do Paquistão, mantém internadas 69 pessoas feridas, nove delas em estado crítico, após o atentado do domingo passado em um parque da cidade.
"Recebemos 122 feridos no domingo após a explosão. Deles 69 continuam internados, nove deles em estado grave", disse à Agência Efe o superintendente médico do hospital, Habid ur Rehman.
Esse médico detalhou que dos feridos 30 são homens, 14 crianças e 23 mulheres.
Farooq Ali está no hospital para cuidar de seu sobrinho de 20 anos, que recebeu impactos de estilhaços na explosão detonada por um suicida no meio de área de brinquedos para crianças.
"Fomos ao parque com toda a família, oito pessoas. Estávamos a poucos metros de onde aconteceu a explosão. O som foi assustador. Não sabíamos o que estava acontecendo. Minha mulher ficou ferida, da mesma forma que meu sobrinho Zubari, que ainda está se recuperando", contou à Efe Ali na sala onde são tratadas 20 pessoas.
"Vimos pessoas mortas, crianças morrendo", lamentou o paquistanês.
Ao lado de Ali, seu sobrinho dormia entubado, enquanto a cena se repetia nos leitos ao redor. Entre os mais jovens, uma criança de 10 anos que perdeu um irmão no atentado, enquanto outros dois saíram ilesos.
"Meu primo foi ao parque com seus quatro filhos e um sobrinho. A família esta partida", relatou Ashan Ahmed, tio do menor.
O atentado foi realizado na tarde de domingo no parque Gulshan Iqbal, quando várias famílias passavam a tarde ali.
Um terrorista, identificado por veículos de comunicação locais como Salahuddin Khurasani, detonou os explosivos que levava e deixou 72 mortos e 359 feridos.
Jamaat ul Ahrar, cisão do principal grupo insurgente do Paquistão, o Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), assumiu a autoria do atentado e afirmou que estava dirigido contra cristãos.
As autoridades realizaram mais de 5.000 detenções no marco de uma macro-operação e mantém 219 pessoas detidas por sua suposta relação com o ataque.