John Lewis: Trump, incomodado pelos comentários de John Lewis atacou o legislador no Twitter, causando uma avalanche de críticas (Lucy Nicholson/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 16h36.
Washington - Um grupo de 49 legisladores democratas declarou que não irá à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima sexta-feira, em protesto por suas políticas e suas críticas ao ícone dos direitos civis, o congressista John Lewis.
Não há precedentes na história moderna dos EUA a uma recusa tão grande de legisladores em comparecer a uma cerimônia tão solene e enraizada na democracia do país como a posse de um presidente.
Trump, incomodado pelos comentários do legislador, que duvidou da legitimidade de sua vitória nas eleições de novembro, dados os relatórios de inteligência que acusam o governo russo de ajudá-lo a ganhar, atacou Lewis no Twitter, causando uma avalanche de críticas.
"O congressista John Lewis deveria passar mais tempo ajudando seu distrito, que está afundando (para não dizer que está infestado pelo crime) ao invés de reclamar falsamente dos resultados das eleições. É só falar, falar, falar - nada de ação ou resultados", escreveu o presidente eleito.
As redes sociais foram tomadas por críticas ao multimilionário, tanto por parte dos cidadãos, como por parte de outros congressistas e senadores, todos eles ofendidos pela falta de reconhecimento do magnata à luta de Lewis pelos direitos civis durante décadas.
"John Lewis e seu 'falar' mudaram o mundo", escreveu o senador republicano por Nebraska Ben Sasse.
"O covarde Donald Trump não está preparado para engraxar os sapatos do congressista John Lewis", respondeu a legisladora por Nova York Yvette Clarke, que, após as afirmações do presidente eleito, está liderando uma campanha de "boicote à posse" para que políticos e cidadãos compareçam ao ato.
Por sua vez, o porta-voz da equipe do presidente eleito Sean Spicer lamentou a ausência dos legisladores na cerimônia. Segundo ele, Trump gostaria que sua posse fosse testemunhada por "todos os membros do Congresso", mas os legisladores "estão em seu direito" de não comparecer.
"É uma pena que não queiram fazer parte da transição pacífica", afirmou.