Moradores choram ao ouvir os nomes de seus parentes que conseguiram escapar dos separatistas muçulmanos em Zamboanga, nas Filipinas (AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2013 às 13h19.
Quase 150 pessoas sequestradas por separatistas muçulmanos em Zamboanga, no sul das Filipinas, conseguiram escapar na noite de segunda-feira, anunciaram as autoridades.
O exército anunciou nesta terça-feira que a batalha de Zamboanga, grande porto do sul das Filipinas onde os independentistas muçulmanos lutam contra as forças governamentais há mais de uma semana, deixou cerca de cem mortos.
No total, 86 rebeldes da Frente Moro de Libertação Nacional (MNLF), nove membros das forças de segurança e quatro civis morreram nos combates, segundo um balanço provisório do porta-voz do exército, tenente-coronel Ramon Zagala. O balanço anterior era de 61 mortos.
O balanço continua sendo provisório, já que uma centena de insurgentes continuam resistindo, embora as forças de elite tenham recuperado 70% das zonas ocupadas pelos rebeldes em dois povoados costeiros próximos a Zamboanga.
De fato, pela manhã o chefe da polícia local, Chiquito Malayo, foi capturado.
"É um incidente lamentável, que ressalta a precariedade da situação", admitiu à AFP outro porta-voz do exército, o general Domingo Tutaan.
Cerca de 200 combatentes do MNLF chegaram no dia 9 de setembro a Zamboanga, uma cidade portuária de quase um milhão de habitantes. Pouco antes, o fundador do MNLF havia declarado de forma unilateral a independência da região.
Milhares de moradores conseguiram fugir da cidade, mas outras centenas ficaram presos nela.
Segundo o exército, os homens do MNLF sequestraram centenas de pessoas para utilizá-las como escudos humanos, mas quase 150 foram libertadas ou conseguiram escapar na noite de segunda-feira graças ao avanço das tropas governamentais.
Estes homens, mulheres e crianças foram levados de caminhão a uma escola, informou um jornalista da AFP.
Na segunda-feira, o exército lançou pela primeira vez ataques aéreos que lhe permitiram avançar nas zonas ocupadas pelos rebeldes.
Durante toda a noite foram ouvidos tiros. Em Zamboanga, um dos principais eixos comerciais da ilha de Mindanao, as escolas seguiam fechadas nesta terça-feira, assim como a conexão por barco ou avião.