Manifestação na Grécia: o documento destaca que durante a primeira metade do ano os salários caíram 6,3% tanto no setor público como no privado (Milos Bicanski/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2011 às 11h59.
Atenas - Um total de 12,9% das famílias gregas não dispõe de nenhum tipo de renda, nem salarial, nem assistencial, segundo um documento do Banco da Grécia referente ao primeiro semestre do ano e divulgado nesta quinta-feira pela imprensa.
O relatório, apresentado pela instituição financeira ao Parlamento, estima em 500 mil o número de pessoas que vivem em lares sem nenhum tipo de renda, indica o jornal ateniense 'Kathimerini'.
O documento destaca que durante a primeira metade do ano os salários caíram 6,3% tanto no setor público como no privado, em comparação com a queda de 9,1% registrada nos seis primeiros meses de 2010.
A taxa de desemprego divulgada pelo relatório também é alta, 16% da população economicamente ativa. Entre os que trabalham, 21% o fazem em tempo parcial.
Metade dos desempregados está sem trabalho há mais de um ano, enquanto o auxílio-desemprego na Grécia é recebido por um máximo de nove meses e representa, aproximadamente, a metade do salário mínimo.
As previsões do Banco da Grécia para 2012 são pessimistas, já que antecipam um aumento do desemprego e da inflação.
Por essa razão, a entidade recomenda uma mudança no modelo de crescimento que reduza os impostos e as taxas sociais das empresas para flexibilizar o mercado de trabalho e fomentar a contratação.
Os dados do Banco da Grécia são confirmados por um estudo da confederação de comércio grega publicado nesta quinta-feira e que aponta que metade das famílias do país está utilizando suas economias para poder pagar suas contas.
Segundo o mesmo estudo, o volume de vendas do comércio no varejo cairá 10% em 2011, o que provocará mais fechamentos no setor e um aumento do desemprego.
Um claro sinal do aumento da precariedade da vida na Grécia, submetida a uma dura política de cortes a pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da zona do euro, é o aumento de cidadãos gregos que solicitam serviços de ONGs especializadas no atendimento a pessoas de baixa renda.